quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ponto de Equilíbrio

Em altura de balanço, será este o ponto de equilíbrio?

A incerteza do equilíbrio no fio da navalha

Disseste atípico, o momento,
Estranha-lo, não o conheces,
Ou apenas não o encontras no tempo.
A memória que procuras e o presente que esqueces
São âncoras à deriva no teu pensamento
Tanto te multiplicas como desvaneces.

Meio sorriso, meio lamento…
Que atípico este momento!

E os olhos humedeces…
Porque é típico das preces
Perderem-se no firmamento.

E os lábios ofereces
Ao beijo do esquecimento.
Uma só face, um só momento,
Mas dividida permaneces,
Será sorriso? Será tormento?

Que atípico momento!

domingo, 27 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

And now for something completely different...



Desta o senhor Carlos Peixoto não se lembrou!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Espetada de Robalo à transmontana



já não havia pimentos...

Casar e o cozido com todos

De acordo com Carlos Peixoto "quem admite um casamento homossexual pode também vir a aceitar o casamento entre irmãos, primos directos ou pais e filhos".

No cozido com todos o senhor Carlos Peixoto esqueceu-se do casamento com animais, plantas e objectos inanimados... mas eu lembrei-me de colocar aqui uma fotografia:

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Duplas de sucesso

Depois de Laurel & Hardy...



Vara e GoRdinho


O R é para homenagear os belos dos robalinhos ;)

domingo, 13 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Pelo menos fazem-nos rir





«Eu à pouco estava a perguntar de onde é que saiu este palhaço, aquele senhor,(...) eu nunca tinha visto um palhaço permanente numa comissão parlamentar (...) Acho que devem-no ter eleito exactamente para isso, para nos animar».

http://www.youtube.com/watch?v=lp0Fu3c22Cw

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Divagação

"A história não é complicada, nem difícil de contar. É apenas mais uma onde a miséria e o instinto de sobrevivência conluiem para anular os escrúpulos de uma pessoa e anular a boa índole, tal como é socialmente definida, que ela não existiria se não existisse sociedade porque lhe retirávamos o objecto de acção e o adjectivo “boa” tornar-se-ia desnecessário."

Por vezes escrevo sem pensar e só depois fico a pensar no que escrevi.

Não deixa de ser curioso como a boa índole é um atributo atribuído ao indivíduo mas que fica descontextualizado fora do contexto da sociedade (entendida como um grupo de indivíduos). Não me parece que faça sentido caracterizar a índole se não numa perspectiva de relação com os outros, seja ela comparativa, agregadora ou disruptora. O mesmo parece acontecer com os outros atributos.

Generalizando, pode classificar-se um atributo de um indivíduo mas, para o caracterizar, para o adjectivar, é necessário que exista um termo de comparação abrangente e no caso do Ser Humano, o termo de comparação é a Humanidade ou a sociedade, para não utilizarmos a palavra Humanidade num assunto que não merece uma palavra de tamanha grandeza.

Uma comparação feita contra o universo global, diz-nos a estatística, terá um valor também ele global e uma comparação entre dois indivíduos pecará por ser redutora: o Horácio poderá ter melhor índole que o Firmino e, ainda assim, ser uma pessoa terrível, porque todas as pessoas restantes poderão ser melhores.

Esta obsessão de nos compararmos e a forma como o fazemos tem uma curiosidade - permite que sobressaiam os extremos, os positivos e os negativos, aqueles a quem apelidamos de génios ou facínoras, o pólo onde se encontram é, habitualmente, mais uma questão de perspectiva ou oportunidade do que outra coisa, mas esse é um outro assunto.

Curiosamente parece-me que o mesmo fenómeno tem um efeito perverso, porque se nos comparamos sempre à média estamos a coarctar a nossa capacidade de desenvolvimento e, por inerência, de toda a sociedade. Além disso, acontece que muitas vezes não suportamos esses mesmos génios, chegamos a destruí-los, por não conseguirmos enfrentar a nossa incompetência. A mediocridade é uma força poderosa porque tem o poder da média. A inteligência é fraca porque tem a fraqueza do pedestal. Ambos têm poder construtivo e destrutivo. Então porque é o poder destrutivo aquele que é utilizado sem parcimónia e só a espaços se constrói? Apenas porque requer menos esforço. Um "não" encerra mil palavras e um "porquê" levanta 5000 questões!

Não seria melhor compararmo-nos com quem percebemos ser melhor do que nós? Não faria mais sentido que, após identificar os génios, estabelecêssemos um novo padrão, acima do anterior, com os quais a comparação identificasse discrepâncias que teriam que ser trabalhadas para elevar o termo de comparação médio? Chama-se a isto crescimento sustentado.

Porque continuamos aos solavancos?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tempo

Tudo se pode definir com base no tempo mas nada serve para o definir. A física procura defini-lo utilizando o conceito de duração - o tempo é a duração verificada entre dois acontecimentos.
Antes e depois dos acontecimentos limites existe o nada. Não há tempo para pensar nisso...

Pela definição o tempo preenche mas a experiência diz-me que ele esgota.
A duração
que medeia duas batidas do coração
que separa uma lágrima de um sorriso
que divide a vida da morte
que defende a unidade do todo
que colapsa a unidade no todo

Por que esperas ó tempo, tu, que sempre foste o que virás a ser?

esperas que passe, não é?!
porque o tempo cura tudo... até a passagem do próprio tempo...

domingo, 22 de novembro de 2009

Extinção!!

AAAAAARRRRGGGGHHH!!!!!

Diz a RTP que diz o National Geographic que os ruivos estão a acabar!

Que estamos fadados à extinção em 50 anos!!

A culpa é dos estúpidos dos genes (que não de genes estúpidos) que parece que só fazem ruivos quando encontram genes muito específicos (não é à toa que eu sou como sou hehehe).

"Os cabelos vermelhos são causados por uma mutação no gene MC1R. Também é um traço recessivo, que precisa que ambos os pais passem a versão mutante do gene MC1R para produzir uma criança ruiva. Por ser recessiva, não é raro essa característica pular uma geração, aparecendo após ter pulado uma ou mais gerações se ambos os pais, independentemente de sua cor de cabelo, foram portadores do gene dos cabelos vermelhos."

Isto seria uma péssima notícia porque os ruivos dão côr ao mundo :)

Um pouco de pesquisa na net e afinal este tipo de notícias é cíclica e não tem fundamento científico... enfim... agora perguntem como é que estas notícias passam no telejornal da RTP1?!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sopa da Pedra

Bom, vamos lá a ver... um restaurante vegetariano está para mim como a sopa de pedra está para o frade, isto é, estava tudo muito bom mas, o que fazia mesmo falta, era um bocadinho de toucinho para lhe dar gosto e talvez um bife ou um naco de tamboril para lhe dar consistência.

Como são muito ciosos da sua vegeterianisse não tive tal sorte. Aliás, até o "crumble da avó" que vinha escrito no menú tinha a palavra "vegan" escrita a vermelho bem na sua frente, não fosse por lá alguém pensar que havia uma avó de carne e osso lá dentro!


Acabei por não escolher nenhuma sobremesa mas nem por isso o jantar deixou de ser doce - por vezes o doce não está na sobremesa!!

A foto ficou desfocada. Por isso deixo também a "foto" da aniversariante.

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

And now for something completely different

-... ah e tal, sabes... é que eu sou judeu.
O meu número da porta é um 3 ao contrário

- um 3 ao contrário?!

- É

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ultimamente pareço


um peixe fora de água....

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Identidade

Eu sou um pouco de vós.

Eu sou um pouco de voz,
um timbre de lamento,
um momento, em que uma nota se consumiu.
Sôo vivo noutro tempo,
nota composta em crescendo!...
Ou em surdina vou morrendo,
insinuação de algo que não se ouviu.

Eu sou um pouco de vós.

Sou um pouco de olhar,
fugaz ou insistente,
pungente e deliberado como uma lança.
Rasgo se olho em frente
e questiono, penetrante...
ou derreto o gelo num doce instante
e consome-se o olhar numa chama imensa.

Eu sou um pouco de vós.

Ora sou copo cheio de nada
ora um copo vazio de tudo,
consoante a face que enfrenta o espelho.
Umas vezes amarrado e mudo.
Outras, maior que o mundo!
Umas vezes cheio até ao fundo
Outras vazio e velho.

Eu sou um pouco de vós.
Mosaico físico,
filigrana espiritual.
Átomo por átomo, seremos iguais no final.
Por agora, apenas um pouco de vós.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Coisas que me intrigam...









A trigonometria foi uma matéria que sempre me intrigou, enquanto estudante.

Por que razão haveria eu de querer saber que um ângulo tinha "x" graus? Ou saber que um ângulo recto tem 90º quando uma recta tem 180º e um triângulo isósceles tem dois lados iguais? Ainda para mais é mentira que um triângulo isósceles tenha que ter dois lados iguais.
Este, por exemplo, tem três lados diferentes e é isósceles!

Já quanto às rectas, vejam bem um dos postulados que tínhamos que saber: "Numa recta, bem como fora dela, existem vários pontos". Exclamação!! Deve ter sido o Marcelo Rebelo de Sousa a escrever isto...
A bem da verdade, devo dizer que há um tipo de ponto que não existe nas rectas - o ponto final.

A trigonometria devia ser dada na pré-primária! Aí sim, tinha interesse em pirâmides, em cubos e outras geometrias, todas muito bem empilhadas, umas em cima das outras... para deitar tudo abaixo depois com uma pancada faraónica.





Outra coisa de que nunca gostei foi resolver problemas que envolvessem fruta. "se juntar duas laranjas, um pêssego, uma banana, 10 cerejas, 20 uvas e uma ameixa, com quantas peças de fruta fica o menino?" - bem, a resposta varia se comer ou não as frutas, por isso não é importante. Depois vieram os ramos das inequações, sendo que uma inequação, apesar de nascer num ramo, não é uma fruta, caso contrário poderia pertencer ao problema acima enunciado. Entretanto fomos apresentados aos números negativos, que transformavam a fruta em fome. Mais tarde os números transformaram-se em letras e, por exemplo, b+a+n+a+n+a podia na realidade corresponder a vários cachos do dito fruto. Então vieram as séries e os limites. A única semelhança é que tal como as actuais, também as séries matemáticas parecem não ter limite e gastam-nos os neurónios até à exaustão.

E afinal, chegamos ao fim a pensar o mesmo que no início, ou seja, a matemática é mesmo uma grande salada de fruta.









Há para todos os gostos e feitios. Umas veneram anjos, outras destroem aviões contra edifícios, a algumas não lhes toca a vaca, a outras o porco, a todas o diabo. Umas apreciam figuras de lutadores de sumo com bolinhas no cabelo, outras preferem o top-model esguio em que a cruz é literal e, por uma vez, não é a anorexia, todas amam alguém, muitas odeiam alguns e o que todas desejam é ser adoradas.

De todas as religiões, aquela onde é destilada mais fé ou fé mais ardente chama-se Euromilhões. Tenho visto perfeitos agnósticos que, em face de um pequeno papel com alguns números, a sua bíblia resumida, que a completa só existe no Totoloto 5 semanas, rezam fervorosamente e esperam a chegada do messias, 6ª após 6ª, em frente à televisão, que já não está na moda descer a voar por entre um punhado de nuvens brancas e fofas!

Percebo a fé, afinal todos nós somos ignorantes desde o dia em que nascemos até ao dia em que morremos. Já as religiões não as compreendo. São meras organizações que canalizam a fé para um objectivo tão básico quanto oculto e que não é mais que o perpetuar de um status quo centenário, um poder invisível mas bem palpável, que é utilizado por diversas estruturas e grupos de poder, sendo por isso um poder concentrado e simultaneamente difuso.





Partidarismo é algo muito parecido com a máfia. A diferença encontra-se essencialmente na proporcionalidade directa entre o número de letras de cada palavra e o respectivo número de correligionários ou seja, no número de mafiosos que compõem cada organização.

Mais a sério, o partidarismo é um mal necessário, como quase todos os males e os bens, que são sempre necessários para uns e desejavelmente descartáveis para outros. Neste caso, são a única forma de garantir que um bando de inúteis se concentre a tempo integral numa luta por um poder que pode nunca chegar. Se não for inútil não perde o seu tempo a tentar subir a pulso pela estrutura de um partido, que isso de dar facadas nas costas, apoiar-se com os pés na cabeça de outros, vulgo espezinhar, e lamber botas e sabe-se lá que mais é chato, é amargo e às vezes provoca a sífilis.

No limite, não havendo partidos, como se formaria um Governo?

Imaginemos: um qualquer indivíduo avançaria e criaria uma lista de amigos, não necessariamente ligados por sangue, caso em que seria uma monarquia, mas seriam amigos próximos porque são aqueles em quem mais confiamos. Será que nesse grupo de amigos haveriam pessoas com valor suficientes para tal desafio?

Supondo que não acontecia assim, convidaria outros indivíduos influentes e aí... teríamos um partido.

Retomando o raciocínio, podemos ter outra alternativa: se se candidatassem a título individual e, só depois, todos eleitos na Assembleia, escolhessem os representantes de cada pasta e decidissem à posteriori as medidas a tomar... em quem votaríamos nós realmente? Que esperança poderíamos depositar numa única pessoa cuja autonomia, influência ou poder é uma incógnita até bem depois do nosso voto? E será que se a equipa incorporasse outras pessoas que nós não gostaríamos de ver à frente dos nossos destinos ´ficaríamos confortáveis? E será que faz sentido votar em pessoas ou em projectos?

É claro que existem respostas teoricamente correctas mas verdadeiramente impossíveis de aplicar e, por isso, sujeitamo-nos a um mal menor.

Habitualmente confundido com clientelismo, o partidarismo tem demonstrado frequentemente não ser assim, senão atente-se nos casos exemplares de Felgueiras, Oeiras, Gondomar, Marco de Canaveses, Funchal, Freeport, Mota-Engil, IPE - Participações Empresariais do Estado, Cascais, SLB, FCP e SCP, BPN, submarinos, Moderna, etc., etc..

O que me faz confusão no partidarismo é a sua base de apoio. Faz-me confusão que as pessoas olhem para um partido como algo que devem defender de forma acérrima, na maior parte das vezes nem sequer conhecem os seus fundamentos, a sua ideologia, mas estão sempre prontos para mais uma festa, mais uma confusão, mais um voto.

Quando à pergunta "vota em quem?" a resposta é "voto no partido x"... eu troco de assunto.












Para completar a trilogia dos idiotas juntemos o futebol à religião e ao partidarismo.

"O Benfica é o maior partido religioso do país. "

Acho que isto resume tudo.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Leite estragado

Acontece quando se abre um pacote de leite e se deixa aberto durante demasiado tempo.

Acontece quando o prazo de validade já passou.

Acontece no PSD.

É tempo de ir às compras.

sábado, 17 de outubro de 2009

Cãota-me lá porquê...

Hoje vi um cão que se passeava a si próprio, com a trela na boca, sem sinais do dono por perto.

Fiquei a pensar no assunto.

Será o cão tão independente que pode sair sozinho à rua, leva a trela pois claro, levaria também a identificação para não correr o risco de ir parar ao canil, com a garantia que voltaria a casa finalizado o seu passeio?

Será tão ignorado em casa que até o momento do passeio o dono lhe nega? E assim vai sozinho, o cão, na sua passada de cão, cumprir com as suas necessidades, quiçá abrirá em casa o saco da ração ou as latas de carne para se alimentar, ou terá que meter os pratos na máquina em troca dos restos que sobejarem.

Será mais inteligente que o cão normal e, apercebendo-se que a coleira lhe provocava tropeções, decidiu-se por filá-la com os dentes antes de continuar o seu passeio?


Que cão será ele, afinal?
Não perguntei, não fosse por lá responder-me...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

OBAMA, prémio nobel da paz

MAS ISTO É ALGUMA BRINCADEIRA?!

ESTÁ TUDO MALUCO?

MAS... NÃO É SUPOSTO O PRÉMIO NOBEL TER ALGUM SIGNIFICADO?!?!?!?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Think out of the box

Abraham Maslow - "If you only have a hammer, you tend to see every problem as a nail."

Podia ter sido o G.Bush a dizê-lo, com conhecimento de causa.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sombras

A sombra segue-nos, imita-nos, pisa-nos os passos e os pés.

Mantém-se preguiçosa atrás de nós, ou passa-nos à frente e adivinha os nossos movimentos. Por mais que tentemos, não lhe conseguimos fugir nem ver a expressão.

Também ela não vê a nossa e por isso, até pode duvidar que tenhamos uma, como duvidamos nós que a tenha a sombra e, duvidando ambos, mantemo-nos de costas voltadas.

A sombra é mais uma dimensão de cada um de nós, uma dimensão onde não conseguimos guardar nada conscientemente, de onde não conseguimos extrair nada, é o buraco negro da nossa existência.

Ela guarda tudo aquilo que nós rejeitamos, tudo aquilo que queremos ver pelas costas e, talvez por isso, não lhe consigamos ver a expressão, nem ela a nós e vivamos de costas voltadas.

domingo, 4 de outubro de 2009

Eu é que não sou parvo!




E sei bem em quem não voto.

sábado, 3 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

De pernas para o ar


Quando o mundo se vira de pernas para o ar, falta-nos uma bóia a que nos agarremos.

Eis a bóia!

Não a larguem até que se volte outra vez o mundo e, aí, cuidado para não cair de cabeça.

Rappel


O céu, chama viva e ardente.
A terra, amálgama de chapa fria.

Não quero nenhum e agarro a ilusão de um rappel feito de nenhures para lado algum, repousando num corpo em equilíbrio periclitante, atravessando esses desertos de temperaturas extremas, guiado por uma luz distante que encandeia e mascara o fim.

Não fora assim a luz e a vida não seria uma viagem, que ninguém pisaria trilho de pedra ou mato sabendo que em algum ponto seria certo ver o fim.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Conversas de esplanada II

Descobri agora que o espiritismo e a astrologia são como um jogo de monopólio. "Tu és gémeos e agora vais para a casa nove, o Alexandre é escorpião e vai para a sete. Aliás,nós as três vamos todas para a nove, o que é bom"; "tu estás quase lá, já sabes que tens que andar ainda não o fizeste mas pelo menos já sabes que tens que ir"; "ela diz que não acredita nestas coisas mas anda metida em exorcismos, que nisso já acredita"; "ele está tramado porque vai para a casa x"; "não acredito como há alguém que pense que não está destinado a..." "a entidade disse-me que estava na altura de agir"

huummm....

pequenas considerações completamente irrelevantes:
- parece-me que a casa nove está sobrelotada. Só por cauda da mesa do lado tem que ser, no mínimo um T3, se mais alguém se lembra de lá ir parar ou é obrigado a lá ir parar... se calhar tem que dormir no chão ou no sofá; por outro lado, grande pândega que vai acontecer na casa nove!!
- pelos vistos neste monopólio existe a casa do exorcista... no que eu conheço existia era a prisão, deve ser mais ou menos a mesma coisa
- a entidade deve ser o banco, ou então o jogador do lado, farto de esperar que lancem os dados.
- o escorpião é um signo mal-amado, tadinho
- como é que se ganha neste jogo? É quem tiver o maior rebanho de capricórnios? O maior número de virgens no céu? A maior manada de Touros? um aquário maior que o Oceanário?

Psicólogos deste país ataquem as esplanadas! Há trabalho por aqui para uma vida inteira, contando com o tempo de possessão e tudo!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PSD! PSD! PSD!

Ouvia o noticiário da SIC, hoje até estava a ouvir com atenção o bloco noticioso político por causa da demissão do assessor do presidente da República e, eis que passa a peça sobre a campanha do PSD.

A falta de conteúdo era a normal. Aliás, era o normal independentemente do partido, dado que a política, em Portugal pelo menos, faz-se de truques e traques (intrigas, parvoíces, estultices e seguidismos partidários) com a habitual complacência, diria mesmo conivência, das televisões.

Apesar do habitual vazio, estava a seguir com um interesse masoquista a peça do PSD e lá andavam todos nas ruas, bandeiras em punho a distribuir abraços que ninguém quer beijinhos da Manela, o jornalista ia descrevendo o que se tinha passado até que muda a agulha da observação e refere um pequeno incidente que se passou com um condutor mais enervado por não conseguir passar com a viatura pelo meio do maralhal que acompanhava a líder social-democrata. Na reportagem vê-se o senhor de meia-idade, fora da viatura mas já a voltar para dentro da mesma, visivelmente perturbado com o incómodo que estava a sofrer e o jornalista ia dizendo, por cima da peça, que os ânimos se exaltaram e que quase chegaram a vias de facto o condutor e um ou mais indivíduos indeterminados. Enquanto o condutor se dirigia para a viatura começou-se a ouvir a mole a gritar PSD! PSD! PSD! como se dessa forma conseguissem expulsar o "provocador" à força de tanto berro ou, pelo menos, intimidá-lo ou demonstrar-lhe que ele era apenas um pacóvio que se estava a meter com um maralhal de gente e que se não se pusesse a andar dali para fora (como se ele pudesse) ainda tinha que defender alguns punhos com os dentes. Fiquei com a ideia de que a mole humana ficou indignada de se ver confrontada por um caga-tacos que não partilhava da sua ideologia e que por isso, não tinha direito à sua individualidade, à sua opinião.

Lembrei-me ainda do caso em que a estrela principal foi o dirigente socialista Francisco Assis quando foi a Felgueiras, na altura da "Fatinha dos sacos azuis que fugiu para o Brasil, voltou e ninguém lhe consegue tocar" e que, para além do susto, ainda sofreu uns encontrões e umas palmadinhas nas costas, de camaradagem certamente, dado que eram todos do mesmo partido...

Enfim, voltando à actualidade, nada de grave terá acontecido, muito menos o PSD ou a Manela tem alguma culpa do sucedido, de certeza não foi planeado porque é mais do que sabido que da Manela não se conseguem nem planos, nem medidas, nem decisões, nem nada e apenas escrevo este post porque não consigo deixar de sorrir ao rever mentalmente a cena em que dezenas de pessoas começam a apupar uma pessoa ao som de PSD! PSD! PSD!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Hoje a passarola não voava



A maré subiu tanto que a conseguimos ver por baixo.

Resta-nos esperar que caia.

Quem tem raízes que se agarre...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Red Bull dá-te asas !!



Tivera eu muitas vontades para subir com esta vela, qual passarola do padre Bartolomeu...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Asfixia Democrática

"A Madeira é um exemplo de uma boa governação PSD", diz a Manuela Ferreira Leite.

A sério, ela disse isto!

Vá lá... eu compreendo, custa a acreditar... mas é verdade. Ela disse-o!

E depois afirma que ao contrário da Madeira, no continente existe uma asfixia democrática, que a sente ela própria e que o dizem os empresários e a sociedade civil.

Portanto, a Madeira é o paraíso democrático na terra e o continente o inferno anti-democrático.

Onde chega a demagogia? Há um único personagem que, todos os anos, para não dizer em todas as intervenções, se revela prepotente, autoritarista, intocável, antidemocrático e mal-educado. O seu nome é Jardim, Alberto João Jardim. A sua postura é inaceitável para qualquer português que tenha dois neurónios na cabeça e cujo estômago rejeite comida estragada e deveria bastar esta afirmação para fazer com que a Manela tivesse menos votos por aqui que o Partido da Terra, se é que este ainda concorre.

Mais do que asfixia democrática, esta Manela tem é asfixia intelectual.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sim Chefe!

Mesmo que tenham juntado os chefes com os chefs o número não deixa de ser impressionante!

no iol, por isso, não desliguem o sentido crítico: (em 2009/08/20)
"Há 345 mil chefes a trabalhar no sector privado.A crise até parece que passa ao lado dos altos cargos nas empresas. Numa altura em que Portugal tem mais de meio milhão de desempregados, o Instituto Nacional de Estatística revela que há 345 mil pessoas com cargos de direcção e chefias em empresas privadas, mais 15% do que em 2008, adianta o jornal «i».
Nas empresas com dez ou mais empregados, a tendência de aumento do número de chefes dura há quatro trimestres, uma subida de 40% para um total de mais de 90 mil chefes.
No universo das pequenas empresas (com menos de dez empregados) o número de dirigentes rondará os 252 mil, uma subida homóloga de 8%."

Conhecem a anedota dos remadores seguramente... pois quer-me parecer que começámos a substituir remadores.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Problema, a Solução e o Intermediário

Às vezes as pessoas apenas precisam de desabafar. Não precisam de mais ajuda. Apenas de desabafar. Não esperam que tenhamos uma ideia luminosa, uma verdade absoluta, uma saída airosa ou uma solução definitiva. Precisam... de desabafar. É uma forma de sair de um ciclo vicioso. É uma oportunidade para falar alto e, quando as coisas são ditas em voz alta perdem o dramatismo, assumem significados diferentes ou perdem significados auto-impostos por raciocínios circulares. Frequentemente, a vocalização é libertadora per si.

Às vezes precisam de ajuda.

Quem ouve tem uma de duas atitudes:
- ouve, aceita e faz questões sem opinar
- ouve, rebate, diz que não é assim, não será antes assado...

Comecei a escrever pensando ser a segunda opção a "melhor": se o problema é o ciclo vicioso vamos sair dele, vamos encontrar a área mais frágil do ciclo e quebrá-lo. Acabei a pensar que a "melhor" será a primeira opção. Que direito temos nós de presumir perceber o que vai na cabeça de outrém? E ainda por cima, opinar sobre isso? E assumir que os factos que nos estão a ser passados são os factos "de facto" ou estão já filtrados pelas emoções, por desejos e por receios?

Curiosamente, na vida real, que eu tenho uma pequena tendência para racionalizar, acabo sempre por começar na primeira opção e, sem dar por isso, acabar na segunda.

Agora, cuidado!

Que não seja a vontade de ajudar tanta, que se acabe por piorar a situação porque nem tudo é o que parece. Além do mais, estou convencido que a decisão tem que ser desenvolvida internamente ou não será aplicada. Pode orientar-se alguém num determinado sentido mas a conclusão não pode ser dada. Tem que ser construída pela própria pessoa. Só assim existirá um compromisso que ligará o problema à solução.

Isto a propósito de quê, perguntará quem lê. A propósito de duas conversas a que assisti numa esplanada (sim há pessoas que vão para esplanadas falar de problemas pessoais), com diferentes intervenientes, sobre um problema comum: a separação; num caso consumada, noutro uma opção para uma relação ou melhor, para o seu fim, que o fim é sempre uma opção de qualquer relação.

Chamemos Gertrudes à pessoa com problemas e Leopoldina a quem procurava ajudar. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência e, a acontecer, é uma coincidência monumental esta, a de juntar numa mesma mesa, duas mulheres com nomes tão incomuns.

Em ambos os casos a decisão era "evidente" para quem estava no papel de ouvinte (mas pouco), a Leopoldina portanto, e, por isso, avançava qual buldozzer racional a desbravar mato tenrinho e rasteiro: "deves fazer isto", "se fosse eu, fazia logo aquilo"; e era ver a miséria aumentar na cara da Gertrudes.
Lá deixei de ler Saramago e fiquei a ouvir o resto da conversa, logo ali percebendo que a solução que lhe estava a ser oferecida não era a solução que ela precisava. A Gertrudes não precisava que a ajudassem a escolher entre uma solução que não queria e uma solução que não era possível. Precisava que a ajudassem a definir (que não a escolher) uma terceira solução (quem sabe, pode ser uma solução marginalmente diferente das anteriores) e que lhe instilasse alguma confiança de que existe essa outra solução para ser descoberta.

O que me perturbou em ambas as cenas foi a voracidade com que alguém julga em causa alheia. Que fundamentos justificam que uma solução seja melhor que outra para que a aconselhemos? A nossa experiência pessoal, que é diferente da de qualquer outra pessoa? A lógica racional, o que raio é isso numa relação? O que julgamos saber da prática social? A intuição?! Afinal, também quem ajuda tem que perceber que, finda a conversa, uma pessoa sai dali como se nada fosse e a outra, sabe-se lá como.

Por isso a Leopoldina, que estava a tentar ajudar, na realidade não estava a ajudar. Estava, isso sim, a apertar o ciclo.

Enfim, julgo que o melhor que podemos fazer é ouvir e deixar algumas questões que possam fazer o outro pensar e olhar por uma outra perspectiva, para que seja a Gertrudes a encontrar a sua saída, que será sua porque foi encontrada por ela e, por isso mesmo, terá melhores probabilidades de resultar.

E se for preciso voltar à carga pois muito bem, voltemos a ela, que isto de chamar viciosos aos ciclos tem a sua razão de ser.

Ah! Já agora, na mesa do fundo por favor, que é para eu conseguir acabar de ler o Memorial do Convento!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Inacreditável...

Nova Lei aprovada pelo executivo de Karzai (apoiado pelo ocidente) autoriza os maridos a deixar as mulheres morrer à fome caso elas não os satisfaçam sexualmente.

As mulheres não concordam; os homens acham muito bem, porque a Lei é construída por "respeitáveis" membros do Clero.

Será que isto é uma evolução em relação ao apedrejamento?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Porque a política mete nojo

Por causa disto:

»» a economia portuguesa, tal como a europeia crescem por causa da crise e não por causa das políticas do Governo.

»» a taxa de desemprego cresce para 9,1%, isso sim, por causa das políticas do governo.


...e por causa disto:

»» o desemprego alcança a taxa mais elevada por causa da crise mas continua a decrescer cada vez mais depressa e não atingirá os dois dígitos.

»» A crise acabou



Embora a minha simpatia, neste caso, esteja do lado dos argumentos do Governo, ainda assim, irrita-me que a atitude do Governo seja sempre a da desresponsabilização e que as medidas sejam sempre tomadas de acordo com os ciclos políticos.
Mais me irrita que a oposição faça exactamente o mesmo (de forma invertida, naturalmente) só que utilizando argumentos idiotas e até contraditórios à primeira vista. Não se pode dizer que tudo o que é mau é culpa do Governo nem que tudo o que é bom é de responsabilidade de todos menos do Governo. É assim que se perde a pouca credibilidade que se tem. Pelo menos junto aos olhos de pessoas minimamente informadas.

Quantas destas teremos no país? espero que as suficientes...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Taylorismo na Comporta... ainda por cima mal implementado

Ele há coisas que se encontram nos sítios mais inesperados. Como por exemplo, encontrar o taylorismo num restaurante na praia da comporta, quando se julgava apenas existir em unidades industriais.

Tudo começou ao entrar no restaurante. Logo aí, apesar de existirem cerca de 5 empregados a cirandar, sem fazer realmente nada, ninguém nos indicava uma mesa. Só quando finalmente perguntámos a um dos indivíduos onde nos podíamos sentar é que obtivémos uma resposta... ou algo do género porque não saiu palavra daquela boca, apenas um aceno com o pescoço que levou a cabeça agarrada e com a mão, como que indicando qualquer um dos disponíveis. Enfim, mais tarde verificámos que era ucraniano ou romeno, vá lá, da Europa de Leste.

Bom, não foi aqui que identificámos o regime taylorista mas esta desorganização inicial deveu-se, seguramente, a uma falha na identificação desta tarefa ou à ausência do seu responsável.

Adiante...
Sentámo-nos e eis que chega alguém a oferecer couverts, Não muito obrigado mas queremos duas caipirinhas, Ah, isso não é comigo, têm que falar com o responsável das bebidas, Ai sim? Muito bem, queremos também uma entrada mas não esses couverts, Ah isso é com outra pessoa, aguardem um momento.

Aguardámos. Vários momentos. E como eu gosto de esperar...

Entretanto um outro empregado lá foi montar o guarda-sol...

Continuámos a aguardar...

Até que chamámos o tipo que nos tinha indicado a mesa, ao que ele respondeu que não podia, que era outra pessoa que fazia os pedidos das bebidas.

E FINALMENTE lá chegou o tipo das bebidas que registou o pedido, avisou que o couvert tinha que ser pedido a outra pessoa, que não era com ele. Lá vem a senhora do couvert outra vez a perguntar se sempre queríamos couvert, ao que respondemos que queríamos apenas pão e chouriço para a entrada e não os queijinhos que nos mostrara antes, ao que replicou, Ah mas isso já não é comigo eu só apresento o couvert, há-de vir aqui alguém registar o pedido porque, sabe, cada um aqui tem as suas tarefas, Ah, estou a ver, disse eu e pode chamá-lo?, Sim senhor, E lá veio o rapaz que tinha aberto o guarda-sol registar o pedido e, esperamos nós, trazer as bebidas, porque essas já tardam. Agora parece estar resolvido!

Aparece o chouriço, entregue pelo indivíduo cujas tarefas são levar as pessoas à mesa, montar guarda à porta e, pelos vistos, entregar chouriço que o resto dos pratos ainda não sabemos. Já o pão, esse, não veio com o chouriço, estranhamente dado serem de tão boa companhia e não poucas vezes viajarem amalgamados. Se não veio porque não havia regra definida para trazer pão sem couvert ou para trazer pão com chouriço, ou se foi má vontade da senhora dos queijos por termos repudiado o seu lacto produto ou se foi o mais vulgar esquecimento não o soubemos...mais à frente veremos que viríamos a pagar dois cestos de pão embora apenas um tenha conseguido chegar imaculado à nossa mesa. Muitos e tortuosos são os caminhos do pão!

Lá vieram as caipirinhas, entregues pelo responsável pelo seu registo, estranho que o responsável por trazer o chouriço à mesa já o não seja para as bebidas mas avancemos que se faz tarde e o chouriço tem que ir a banhos. Aproveitamos para perguntar pelo pão, Sabemos que não é tarefa sua mas os seus colegas devem ter-se esquecido, e lá chegou o pão entregue não pelo rapaz das bebidas, aguadeiro seria um século antes, nem sequer pela menina das entradas de queijo mas, agora sim, pelo moço que indica a mesa, guarda a porta, entrega o chouriço... e o pão.

Sigamos em frente, para já parece que tudo está como Deus manda e o cliente exige, que Deus não poderia ser tão exigente ou não teria criado a raça humana e eis que vem o prato principal, que fique registado que era tamboril de arroz quando o costume indica o contrário, mais uma vez entregue pelo moço da entrega do chouriço, parece afinal que ele ganha aos outros na quantidade de tarefas, será isso bom ou mau não o sabemos. Já o picante é trazido pelo rapaz que regista os pedidos de comeres que não de beberes... UFFFF, é complicado para nós, clientes, manter o registo de quem é quem. O BRG acaba por sugerir que cada um deveria trazer uma indicação sobre qual a especialidade que dominavam mas não a fez a quem mais lucraria com ela e perdeu-se nos vapores que emanavam do tacho de tamboril.

Entre garfadas e vira-copos lá se foi pedindo mais uma imperial, desta feita pedida nem sei a quem mas trazida pelo rapaz que abriu o guarda-sol, que terá sido feito do aguadeiro, talvez preso nos lavabos que o stress de tão complicada divisão e cruzamento de tarefas dá as voltas ao estômago a qualquer alma. Já a sobremesa e os cafés foram pedidos a e entregue por esse mesmo rapaz, um claro rasgão na rigidez das tarefas definidas por algum proprietário reformador com tiques de classicismo, mas no vórtice de tanta confusão, tal terá passado despercebido a todos, até ao próprio empregado.

Assim se passou o resto da refeição, observando a confusão reinante em que uma dezena de empregados se cruzava, atrapalhava e confundia os clientes.

Bem saciados de comer, de beber e de rir, que rir também faz trabalhar o estômago, eis senão que vemos tudo começar de novo na mesa ao lado, verdinhos e acabadinhos de chegar, O que é este Arroz de peixe?, Ah, têm que perguntar ao meu colega que faz o registo do pedido, eu só trato das bebidas - diz o aguadeiro, e nós não aguentámos e rimos que nem uns perdidos, acompanhados por alguns sorrisos da moça dos queijos, encostada à porta, que o anterior porteiro desaparecera, que a ela já havíamos perguntado pela maneira como estavam organizados para que endereçássemos os nossos pedidos às pessoas adequadas, ao que ela respondeu, Eu só trato de levar as entradas às mesas, as bebidas são com outra pessoa e os pedidos com outra ainda, E mais não soubemos porque nem ela sabia, nem nós o queríamos saber realmente, haveríamos de chamar o que estivesse mais perto.

E por fim chegou a Patrícia Bull e com ela, em pano de fundo, um grupo de golfinhos saudando os banhistas com a barbatana de fora culminando uma refeição diferente...

Ah e não me lembro quem trouxe a conta mas foi a paga a uma outra empregada, concerteza responsável pelos pagamentos das mesas com número primo (apenas divisíveis por 1 e pelo próprio).

Charlie Chaplin ficaria deliciado!

Desculpem qualquer coisinha pela escrita mas ando a ler Saramago e tal acto destrambelhou-me toda a pontuação.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E a vaca o quê?

Não comento futebóis aqui, salvo a espaçada e fortuita boca não relacionada com o jogo em si mas, desta vez, não consigo resistir.

Quanto mais não seja porque agora ganhei uma especial sensibilidade para coisas relacionadas com crianças e creches...

Este cartoon saiu na bola de 6/Ago/2009 e não me lembro do seu autor.
imaginem um miúdo a olhar para o quadro onde todas as criancinhas colocaram um desenho com um animal e com a sua principal característica...



É hilariante :)

PS: Para os mais desligados do mundo da bola, o Sporting marcou um golito no último segundo de jogo, passando assim à próxima fase da antiga Taça Uefa, depois de fazer um jogo deprimente. Ah, e o co-autor do golo foi o guarda-redes que aos 95 minutos de jogo subiu à área contrária!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Runnin' on'ice

I once asked someone "Why do you run?"
I don't remember the answer at all, just that it didn't convince me. "Lunatics" I'd say...

But running is getting in the bloodstream of urban folks. They gather like flocks in several different places just for the brief exchange of effort, sweat and liberating pain. I should know... I have become one with the flock.

Oh yeah, I still don't really understand why I have began to run and my legs are in agreement because right now, 7 kms in less than 33 minutes after, man... I feel the pain!

But while running, wind carving my face, blood pumping vessels exchanging anything for fuel, fast music raging in my ears... or just the spraying sound of the sea against the rocky shore, there is this steadfast rythm pushing you forward, step by step, obstacle after obstacle, the defined goal or just that last effort to overcome a random runner in your eye sight, an undeniable and powerfull motivator.

We run with others but we run from ourselves so that we can find ourselves in the end. Does this make sense?

I thought not...

Anyway,
When someone asks me "why do you run?"

Now I answer - "How can you stand still?"

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Em Bilbau até as greves são explosivas

No aeroporto de Bilbau, o pessoal da limpeza e de transporte(?!) estava de greve. Resultado: o aeroporto parecia estar polvilhado de confetis gigantes coloridos. Grande explosão de côr e cartazes. Acabei por não tirar nenhuma foto de jeito porque estava com medo que a polícia basca pensasse que eu pudesse ser um bombista da ETA...



A verdade é que um aeroporto miserável até estava engraçado. Parecia um fim de festa...



E parecem muito zangados com uma negociação qualquer:

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Atcheheheheheh



Se a pessoa que amas treme quando a abraças,


se sentes os seus lábios ardentes como brasas,



se sente calafrios quanto te aproximas,


se a sua respiração se agita,

se vês nos seus olhos um brilho febril...






Manda-a à merda! Tem gripe A!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O determinismo

"Enquanto não formos felizes com quem somos não encontraremos a felicidade em qualquer outra coisa".

E quem somos nós se não um conjunto de vivências, de experiências, de decisões, de atitudes, de valores inculcados ou descobertos? Quem somos nós senão pedaços de todos os outros e das intercepções ou tangentes que vivenciámos?

Faz-me confusão o determinismo, quer dos que dizem não existir felicidade senão em nós quer dos que dizem que a desilusão é auto-infligida porque nos deixámos iludir. O primeiro defende o conformismo, o segundo martiriza o vencido.

Faz-me confusão qualquer determinismo que não venha de mim. Porque se vier de mim eu sei que nem eu acredito nele ainda que tente convencer outro da sua bondade.

Por isso, será mais ajuizado não acreditar numa única palavra do que acabei de escrever...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

:( será que alguém lê este blog?!

Voltei a passar por lá...
e agora é sem chouriço e sem placa... uma vez que a placa foi removida.



esta placa desapareceu!

Novos tempos, novas verdades

Objectivo de vida:

antigamente: plantar uma árvore, fazer um filho e escrever um livro

actualmente: comprar um portátil, criar um perfil no second life e criar um blog.

no futuro: implantar um chip no cérebro, pedir uma licença para ter um filho in vitro (que entretanto é recusada) e imaginar um filho a ler um livro à sombra de uma árvore enquanto espera que o WindowsGoogle2100 existente no chip carregue...

domingo, 12 de julho de 2009

Caça-fantasmas


Eis o nosso país... uma casa assombrada onde já não mora ninguém a não ser fantasmas. Os fantasmas daquilo que deveria ter sido feito e não foi, os esqueletos do que foi feito e não deveria ter sido, as visões do que poderá vir a ser feito e que se tornarão nos esqueletos e fantasmas do futuro...

Olhem para dentro.

Um dirá que não vê nada. Tudo está escuro, cheira a mofo. Cada movimento parece um truque ocular destinado a enganá-lo. Está vazia a casa; condenada. Se abrisse um armário encontraria esqueletos; atrás de uma cortina, fantasmas. Maldito proprietário que consome tudo e deixa apodrecer a casa...

Outro dirá que a escuridão esconde tesouros fantásticos e obras formidáveis. Está escuro sim, mas no ar vagueia um aroma primaveril que indicia fertilidade e esperança. A casa estará cheia e continuará a evoluir. Debaixo da cama brotam trevos de quatro folhas, no sótão encontraremos compêndios de conhecimento que nos levarão um passo mais além. Bendito proprietário! O sucesso é inevitável com a sua gestão.

Na verdade, se avançassem para lá da porta de entrada, pé ante pé, ambos encontrariam um espelho. E nesse espelho veriam reflectida uma imagem. A sua imagem. Os seus olhos a devolver o olhar. Veriam no seu olhar a razão da casa estar assombrada; está assombrada porque cada um de nós não consegue olhar senão para si.

Enquanto o poder for o fim e não o meio a casa continuará assombrada.
Seremos nós os fantasmas do futuro ou os caça-fantasmas do presente?

sábado, 27 de junho de 2009

Provérbio Chinês

"O homem que não sabe sorrir, não deve abrir um comércio."

Que pena os portugueses não saberem ler chinês...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Gelo em Madrid

Estou em Madrid a comer umas tapas e a beber umas cervejolas à espera de jantar, enquanto se vai discutindo o futuro da empresa...
Isto já parece o Twitter. :)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

BEM VINDO A REDUZA*




Quando nos deslocamos a grande velocidade os pormenores esbatem-se no nosso campo de visão. Os brancos tornam-se mais brancos e os pretos mais pretos.

Perdemos a capacidade de descobrir os cinzentos, os compromissos que se estabelecem entre opostos.

Passamos por cima deles como se não existissem ou ignoramo-los como devaneios probabilísticos.

A estatística elimina-os com a aplicação da distribuição normal, a História humilha-os porque saíram perdedores da guerra darwinística da sobrevivência, os comediantes ignoram-nos porque não têm graça e os matemáticos esconderam-nos por detrás dos limites.

Mas são as áreas cinzentas as de maior potencial. É aí que se processa o encontro de ideias, onde a matemática passa a ser sinergética, onde se desbasta o desconhecido e se desenha o futuro.

Por isso, a velocidade acaba por representar muitas vezes a zona de conforto; aquela que nos dá a segurança da mediocridade. Parece um contrasenso, por ser mais instintivo relacionarmos a velocidade com o progresso, mas de que nos serve ver a realidade pelo espelho retrovisor?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A fábula do Destino e da Sorte

A Sorte e o Destino andavam juntos a passear na floresta. Enquanto caminhavam iam discutindo as arbitragens do último campeonato de futebol, as novelas de cordel e a transferência milionária do Ronaldo para o Hilton. Eis que chegam a uma encruzilhada e têm que decidir por onde ir.

Diz a Sorte: para mim tanto me dá! Não conheço nenhum dos caminhos... vou tirar à sorte e deixar que ela me guie.

Diz o Destino: Essa agora! Tirar à sorte?! Nunca! Eu vou pela direita. Assim que aqui cheguei percebi que estava destinado a seguir por esse caminho e não vou escolher outro. Acontecerá o que tiver que acontecer.

Diz a Sorte: Mas como sabes que esse é o caminho correcto? Já alguma vez aí passaste?

Diz o Destino: Não. Nunca aqui estive sequer, mas não conhecendo nenhum deles, fiquei com a sensação que é por ali que devo ir.

Diz a Sorte: Bem, já eu - Caras é pela esquerda e Coroa pela direita. Atira uma moeda ao ar, rebola em arco e cai com a face Coroa virada para cima... Olha que sorte! Vou pelo caminho que te estava destinado!


Moral da história:
Quem se apoia sempre na sorte para as decisões da sua vida, acaba sempre por encontrar um destino traçado por outros. Quem acredita que tudo o que lhe acontece é o destino, acaba por entregar esse destino à sorte.

terça-feira, 16 de junho de 2009

To Do or Not to Do, that is the question

Sim blogosfera, tens razão. Essa não é a expressão que Shakespeare celebrizou, mas se ele vivesse em 2009 e trabalhasse numa multinacional ao invés de escrever peças literárias extraordinárias... talvez fosse.

As pessoas mais organizadas normalmente criam listas de tarefas, os "To Do's", que os orientam no seu percurso académico, profissional e até pessoal. Definem objectivos com vários prazos, atribuem-lhes ordem de importância e vão guiando as suas acções por esse escalonamento.

Pessoas menos organizadas, como é o caso do Gelo (o uso da 3ª pessoa numa referência a si próprio está na moda), a definição de uma lista precisa e sintética acaba por ser contra-producente porque a sistematização dum emaranhado de ideias, objectivos, ideais, preferências, gostos mais e menos acentuados, receios e riscos resulta num exercício dramático e iterativo, num modelo matemático significativamente complexo, que demora a chegar a uma solução óptima... que estaria ultrapassada no momento da sua descoberta... É difícil optar por uma alternativa quando as alternativas não são melhores nem piores, mas iguais... e são tantas que não cabem numa página A4.

Enfim, digo que esta é a melhor forma de desperdiçar aquilo que se chama de "potencial elevado" ou seja, a capacidade de atingir um nível de excelência numa área qualquer. Acredito que para atingir esse "potencial" é preciso um foco, é preciso definir um rumo ou ter a sorte de seguir um rumo que alguém (a senhora sorte ou o senhor destino? - isto vai merecer outro post...) traçou por nós. E só os verdadeiros génios, que se contam pelos dedos de uma mão de um soldado mutilado no Afeganistão conseguem atingi-la sem esse foco.

Bom, a minha personalidade não se dá bem com focos, fica encandeada, divaga e não se compadece com caminhos fáceis quando os há mais difíceis, mais desafiantes... mas a paixão dura pouco tempo e acaba por ser apenas mais uma ideia, uma actividade, um interesse, uma experiência, que quero juntar às outras.

Isto a propósito de uma afirmação de Jim Collins no seu livro Good to Great, onde defende que as organizações ou os seus estrategas deverão fazer a lista dos To Do's mas, mais importante ainda, a lista dos Not to Do's e é esta última a que vai definir as prioridades reais e eliminar as tentações. Ou como disse José Régio, Não sei por onde vou, Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!

Parece-me um bom princípio.
Por isso tomei a decisão de fazer uma lista de Not To Do's.

1- Não fazer lista de To Do's.
2-...

domingo, 14 de junho de 2009