segunda-feira, 18 de abril de 2011

O direito a escolher

Todos devemos ter o direito de escolha. Está consagrado na nossa constituição e na palavra que usamos para descrever o nosso regime político - democracia.

No entanto, tenho defendido que não temos tido este direito no que diz respeito à escolha dos nossos líderes políticos, ora porque acabamos por votar por protesto ou seja, "voto no candidato A para erradicar o candidato B", ora porque nem sequer temos uma opção plausível que possa merecer o nosso voto sem que nos envergonhemos de dobrar o papelinho em quatro.

Acredito piamente que estamos a viver, pela segunda eleição governamental consecutiva esta última situação. O Bloco de Esquerda há muito desistiu de ser um partido político sério para ser um bando de agitadores adolescentes sem eira nem beira, nem ideias, nem critério. Agora sim, parecem estar sob o efeito de alguma droga, tamanhas as asneiras e as idiotices que proclamam ou defendem. A CDU, espremida de pessoas válidas para além do líder e sempre ausente de ideias que não estejam na cartilha empoeirada da ex-União Soviética, não quer sacudir a fuligem que lhe entrou para os olhos, libertada pelo trabalho do proletariado. Está decadente e apenas protesta sem apresentar soluções. O CDS, liderado pelo melhor político da nossa praça, continua a ser um partido parasítico, sempre à espera das migalhas que caem do prato do irmão mais velho. Infelizmente, o melhor político da nossa praça também é alguém que arrasta muitas suspeitas consigo desde o caso Moderna, com as ligações à maçonaria, até aos submarinos e aos dinheiros movimentados... debaixo de águas pouco límpidas. O PSD, o partido que vai alternando o poder com o PS, continua com uma crise de liderança e corre o risco de não ter uma passada forte o suficiente para ganhar as eleições ou para liderar um país moribundo e desalentado. Passos Coelho, talvez o líder social-democrata mais fraco de que me lembro, quiçá a par do Nogueira, não inspira confiança a ninguém, nem ao próprio partido e já não deve ter dedos nos pés, tantos são os tiros. E Sócrates... bem... só mesmo Passos Coelho para fazer o mesmo número de asneiras! Só que as asneiras do "engenheiro" e dos socialistas no governo acabaram por nos enterrar definitivamente na lama financeira e estatística em que nos encontramos. Não deveria haver perdão para Sócrates mas... a questão que muitos colocam é: em quem votar então?

E para esta pergunta não tenho resposta...

A minha expectativa é a de que tudo acabe por acabar num belo cozido à portuguesa com um acordo tripartido (sim, a pseudo-coligação Bloco/PCP é irrelevante) para acompanhar a pratada de cogumelos que nos vai ser servido pela Europa do FMI, sabendo nós que temos que os engolir, mesmo estando envenenados.

1 comentário:

Ana Clara disse...

Eu já decidi. Sei que me vou violentar, sei que muitos não entendem a minha escolha, mas para mim, do meu ponto de vista, o voto útil é em cruz dentro do quadrado, sem sair de fora. :) Mas admito que os portugueses estejam sem escolha nem alternativas! Bom texto! Beijos