António Costa foi, para mim, uma das figuras da semana por causa de um acto aparentemente inócuo, que passou por baixo do radar. Refiro-me à sua presença na lista de Assis, num vistoso segundo lugar, para concorrer à Comissão Nacional do Partido Socialista.
O facto relevante é o posicionamento político que António Costa continua a sedimentar, logo após ter rejeitado candidatar-se ao lugar de Secretário Geral do PS.
Com esta candidatura, António Costa vai, finalmente, a jogo e coloca uma carta forte na mesa. Ao apoiar Assis, demonstra acreditar que José Seguro não vai conseguir aguentar-se no barco logo após as primeiras eleições a que concorra e, por isso, posiciona-se desde já numa "oposição velada". Desta forma, ninguém o pode criticar agora por não apoiar abertamente Seguro nem, mais tarde, quando concorrer contra ele, correr o risco de ser acusado de saltimbanco político ou mesmo de traidor. Também relevante é o facto de avançar em 2º lugar. Apesar de ser um lugar natural, dado o peso que António Costa tem no PS, é uma clara manifestação de intenção e de poder. Se o objectivo não fosse o de marcar o seu território de forma muito clara, poderia ter avançado num lugar mais modesto onde se não comprometesse ou, até, manifestar o seu apoio político nos media e nem sequer participar na lista. Assim, está a dizer a todo o partido que deu um avanço a Seguro mas que agora vai começar a caçada.
Entretanto, vai esperando que Assis faça o seu trabalho de desgaste e Seguro tropece nas suas próprias pernas.
2 comentários:
Costa sabe bem mexer-se. É dos poucos inteligentes e sentido político que resta ao PS pós-Sócrates! :)
Sabe mexer-se? Em 4 anos de presidência de câmara, a única coisa que se mexeu em Lisboa foram os prédios a ruir...
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