domingo, 18 de setembro de 2011

Ira - 4º do ciclo dos sete pecados mortais


Ergue-te, sombra desnudada da raça Humana!
Ergue-te dessa morte anunciada por criatura profana
Que julgaste divina, pintura da Capela Sistina.

Esquece a forma e o cheiro desse anjo negro
O canto de sereia, o desassossego
O mal sob a pele de cordeiro.

Liberta-te da traição desonesta e cobarde
De quem te converteu à Cristandade
Para te preencher com solidão.

Mata esse ser que amas e odeias
Mostra-lhe as trevas de que agora te rodeias
Mostra-lhe a obra de Deus!

Mata esse Deus que nunca se sentou a teu lado
Maldita seja a hora em que o criaste, apaixonado!
E com ele morram os anjos  e os demónios,
Quebrem-se as asas! Partam-se os cornos!
Queimem-se os altares, inundem-se os infernos!
Soprar-lhes-ei vida e deixarão de ser eternos.
Que o infinito acabe de repente,
Que leve tudo e todos na torrente,
Que colapse o éden imaginário, a cruz, o almário
Queimem-se as vestes e o breviário!
Apaguem-se as velas!
Arrasem-se as capelas!

Toquem os sinos, a rebate, os finados
E empurrem-nos da torre, partam-nos em bocados
Destruam-se todos os símbolos desse engano
Desmistifique-se o divino e o profano!
Extinga-se a chama oca da ilusão
Pela espada morram, todos pela minha mão.

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