quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sócrates aponta ao Óscar (novamente)

A propósito da Taça Europa disputada em Dublin, o que é que o Governo demissionário socialista e as irlandesas têm em comum?

Os quilos de maquilhagem.

Fiquei estupefacto com o comício de ontem do Partido Socialista, onde a encenação assume contornos 'hollywoodescos', com direito a olhos aguados e a cenas de martírio e sofrimento causado por esse bandido - a oposição - e pelos enxovalhos atirados sobre o programa das Novas Oportunidades.

Ver Sócrates a fingir a iminência de uma lágrima deixa-me a mim profundamente emocionado. Só não chorei porque estava com as lentes hidrófilas postas e era uma chatice ficar com as lentes a navegar livremente na retina, para além de poder sofrer danos permanentes na vista e correr o risco de não poder votar convenientemente.

Temos, portanto, cosmética na cara, nas contas do estado, nas contas pessoais, nos comícios, nos comunicados ao país e também na qualificação - na dele e na dos outros.

No que diz respeito às Novas Oportunidades, é bem verdade que é um programa criado para disfarçar a sub-qualificação do nosso país, mas também é verdade que serve outros propósitos, bem mais positivos, tais como permitir que certos indivíduos possam recuperar o atraso no ensino, possam concorrer em igualdade de circunstâncias com outros para cargos públicos ou possam recuperar o amor-próprio, perdido nas vicissitudes da vida.

Tenho pena que instrumentalizem, uns e outros, uma iniciativa que, estando longe de ser perfeita, sempre teve algo de positivo. Ao utilizarem a medida como arma de arremesso, Governo e oposição não fizeram mais do que manchar o esforço legítimo dos que utilizaram correctamente esta oportunidade.

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