terça-feira, 16 de junho de 2009

To Do or Not to Do, that is the question

Sim blogosfera, tens razão. Essa não é a expressão que Shakespeare celebrizou, mas se ele vivesse em 2009 e trabalhasse numa multinacional ao invés de escrever peças literárias extraordinárias... talvez fosse.

As pessoas mais organizadas normalmente criam listas de tarefas, os "To Do's", que os orientam no seu percurso académico, profissional e até pessoal. Definem objectivos com vários prazos, atribuem-lhes ordem de importância e vão guiando as suas acções por esse escalonamento.

Pessoas menos organizadas, como é o caso do Gelo (o uso da 3ª pessoa numa referência a si próprio está na moda), a definição de uma lista precisa e sintética acaba por ser contra-producente porque a sistematização dum emaranhado de ideias, objectivos, ideais, preferências, gostos mais e menos acentuados, receios e riscos resulta num exercício dramático e iterativo, num modelo matemático significativamente complexo, que demora a chegar a uma solução óptima... que estaria ultrapassada no momento da sua descoberta... É difícil optar por uma alternativa quando as alternativas não são melhores nem piores, mas iguais... e são tantas que não cabem numa página A4.

Enfim, digo que esta é a melhor forma de desperdiçar aquilo que se chama de "potencial elevado" ou seja, a capacidade de atingir um nível de excelência numa área qualquer. Acredito que para atingir esse "potencial" é preciso um foco, é preciso definir um rumo ou ter a sorte de seguir um rumo que alguém (a senhora sorte ou o senhor destino? - isto vai merecer outro post...) traçou por nós. E só os verdadeiros génios, que se contam pelos dedos de uma mão de um soldado mutilado no Afeganistão conseguem atingi-la sem esse foco.

Bom, a minha personalidade não se dá bem com focos, fica encandeada, divaga e não se compadece com caminhos fáceis quando os há mais difíceis, mais desafiantes... mas a paixão dura pouco tempo e acaba por ser apenas mais uma ideia, uma actividade, um interesse, uma experiência, que quero juntar às outras.

Isto a propósito de uma afirmação de Jim Collins no seu livro Good to Great, onde defende que as organizações ou os seus estrategas deverão fazer a lista dos To Do's mas, mais importante ainda, a lista dos Not to Do's e é esta última a que vai definir as prioridades reais e eliminar as tentações. Ou como disse José Régio, Não sei por onde vou, Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!

Parece-me um bom princípio.
Por isso tomei a decisão de fazer uma lista de Not To Do's.

1- Não fazer lista de To Do's.
2-...

4 comentários:

PSousa disse...

Não me esqueci da Tosca...
;)
... mas ainda não está... estará daqui a umas horas...

Abraço

P.S. Devia ser ao contrário... brilhante texto!

Sparkle disse...

Eu cá acho que os to do's são importantes, desde que não se viva para eles....

Daniela Bonito disse...

Eu cá acho que deves ter a mesa da sala cheia de papeis to do´s...

Gelo disse...

Daniela, o que eu me ri com o teu comentário :)