quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quando o telefone toca

Estão três pessoas numa pequena sala, sentadas a trabalhar nos seus computadores. Um deles recebe uma chamada, levanta-se e enquanto dura a chamada passeia-se pela sala, gesticulando, absorto de tudo o resto.

Terminada a chamada senta-se.

Eis que o segundo recebe uma chamada telefónica. Levanta-se e recomeça onde o anterior tinha acabado, calcorreando os exíguos metros da sala, telemóvel colado ao ouvido.

Termina a chamada e senta-se.

O terceiro observou o primeiro e ficou a matutar sobre o porquê deste comportamento. Depois observou o segundo e achou graça ao padrão emergente - deve haver mais alguma relação entre as pernas e o ouvido que o mero tímpano! Eis que o terceiro recebe uma chamada. Levanta-se e refaz o percurso dos primeiros, sentando-se apenas quando a chamada termina.

Mas agora teve a oportunidade de experimentar o evento e já pode formular uma teoria com base no instinto que o levou a tomar tal atitude. O impulso que o obrigou a levantar e a simular um afastamento esteve relacionado com a percepção instintiva de que uma conversa telefónica é uma conversa privada. O facto de não ter saído da sala só pode estar relacionado com a conclusão de que a conversa não era de teor realmente privado ou porque, saindo, revelaria que algo naquela conversa não era para ser ouvido por outros e não queria dar essa visibilidade aos restantes, saiba-se lá porquê.

Mas há um comportamento que se mantém uma incógnita: porque é que as pessoas se levantam, andam e gesticulam enquanto falam ao telemóvel? O mesmo não acontece quando falamos de um telefone fixo, não é? E não me parece que a forma ou o teor da conversa se altere usando um outro telefone.

Alguma ideia?

3 comentários:

Sparkle disse...

Muitas ideias

Gelo disse...

É? Como por exemplo?

PSousa disse...

Adoro ténis de mesa :P