Só encontro uma justificação para isto. O governo de Sócrates não acredita que possa ser possível evitar a falência do país, que parece aproximar-se montada numa cavalgadura negra bestial e fantasmagórica e, por esse motivo, recorre à fé dos portugueses, instigando-os a rezar fervorosamente com o seu líder espiritual, expectante de um milagre salvador.
O erro de raciocínio aqui é, contudo, esmagador. Sócrates esquece-se que o milagre de que precisa não foi feito pelo Deus cristão ou um dos seus acólitos mas por Midas. Este é que transformava tudo em ouro. O primeiro fez História a transformar água em vinho, o que dará jeito para nos esquecermos da desgraça e pão em rosas, que ficarão muito bem no túmulo da nossa nação.