quarta-feira, 26 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Sim Chefe!
Mesmo que tenham juntado os chefes com os chefs o número não deixa de ser impressionante!
no iol, por isso, não desliguem o sentido crítico: (em 2009/08/20)
"Há 345 mil chefes a trabalhar no sector privado.A crise até parece que passa ao lado dos altos cargos nas empresas. Numa altura em que Portugal tem mais de meio milhão de desempregados, o Instituto Nacional de Estatística revela que há 345 mil pessoas com cargos de direcção e chefias em empresas privadas, mais 15% do que em 2008, adianta o jornal «i».
Nas empresas com dez ou mais empregados, a tendência de aumento do número de chefes dura há quatro trimestres, uma subida de 40% para um total de mais de 90 mil chefes.
No universo das pequenas empresas (com menos de dez empregados) o número de dirigentes rondará os 252 mil, uma subida homóloga de 8%."
Conhecem a anedota dos remadores seguramente... pois quer-me parecer que começámos a substituir remadores.
no iol, por isso, não desliguem o sentido crítico: (em 2009/08/20)
"Há 345 mil chefes a trabalhar no sector privado.A crise até parece que passa ao lado dos altos cargos nas empresas. Numa altura em que Portugal tem mais de meio milhão de desempregados, o Instituto Nacional de Estatística revela que há 345 mil pessoas com cargos de direcção e chefias em empresas privadas, mais 15% do que em 2008, adianta o jornal «i».
Nas empresas com dez ou mais empregados, a tendência de aumento do número de chefes dura há quatro trimestres, uma subida de 40% para um total de mais de 90 mil chefes.
No universo das pequenas empresas (com menos de dez empregados) o número de dirigentes rondará os 252 mil, uma subida homóloga de 8%."
Conhecem a anedota dos remadores seguramente... pois quer-me parecer que começámos a substituir remadores.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O Problema, a Solução e o Intermediário
Às vezes as pessoas apenas precisam de desabafar. Não precisam de mais ajuda. Apenas de desabafar. Não esperam que tenhamos uma ideia luminosa, uma verdade absoluta, uma saída airosa ou uma solução definitiva. Precisam... de desabafar. É uma forma de sair de um ciclo vicioso. É uma oportunidade para falar alto e, quando as coisas são ditas em voz alta perdem o dramatismo, assumem significados diferentes ou perdem significados auto-impostos por raciocínios circulares. Frequentemente, a vocalização é libertadora per si.
Às vezes precisam de ajuda.
Quem ouve tem uma de duas atitudes:
- ouve, aceita e faz questões sem opinar
- ouve, rebate, diz que não é assim, não será antes assado...
Comecei a escrever pensando ser a segunda opção a "melhor": se o problema é o ciclo vicioso vamos sair dele, vamos encontrar a área mais frágil do ciclo e quebrá-lo. Acabei a pensar que a "melhor" será a primeira opção. Que direito temos nós de presumir perceber o que vai na cabeça de outrém? E ainda por cima, opinar sobre isso? E assumir que os factos que nos estão a ser passados são os factos "de facto" ou estão já filtrados pelas emoções, por desejos e por receios?
Curiosamente, na vida real, que eu tenho uma pequena tendência para racionalizar, acabo sempre por começar na primeira opção e, sem dar por isso, acabar na segunda.
Agora, cuidado!
Que não seja a vontade de ajudar tanta, que se acabe por piorar a situação porque nem tudo é o que parece. Além do mais, estou convencido que a decisão tem que ser desenvolvida internamente ou não será aplicada. Pode orientar-se alguém num determinado sentido mas a conclusão não pode ser dada. Tem que ser construída pela própria pessoa. Só assim existirá um compromisso que ligará o problema à solução.
Isto a propósito de quê, perguntará quem lê. A propósito de duas conversas a que assisti numa esplanada (sim há pessoas que vão para esplanadas falar de problemas pessoais), com diferentes intervenientes, sobre um problema comum: a separação; num caso consumada, noutro uma opção para uma relação ou melhor, para o seu fim, que o fim é sempre uma opção de qualquer relação.
Chamemos Gertrudes à pessoa com problemas e Leopoldina a quem procurava ajudar. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência e, a acontecer, é uma coincidência monumental esta, a de juntar numa mesma mesa, duas mulheres com nomes tão incomuns.
Em ambos os casos a decisão era "evidente" para quem estava no papel de ouvinte (mas pouco), a Leopoldina portanto, e, por isso, avançava qual buldozzer racional a desbravar mato tenrinho e rasteiro: "deves fazer isto", "se fosse eu, fazia logo aquilo"; e era ver a miséria aumentar na cara da Gertrudes.
Lá deixei de ler Saramago e fiquei a ouvir o resto da conversa, logo ali percebendo que a solução que lhe estava a ser oferecida não era a solução que ela precisava. A Gertrudes não precisava que a ajudassem a escolher entre uma solução que não queria e uma solução que não era possível. Precisava que a ajudassem a definir (que não a escolher) uma terceira solução (quem sabe, pode ser uma solução marginalmente diferente das anteriores) e que lhe instilasse alguma confiança de que existe essa outra solução para ser descoberta.
O que me perturbou em ambas as cenas foi a voracidade com que alguém julga em causa alheia. Que fundamentos justificam que uma solução seja melhor que outra para que a aconselhemos? A nossa experiência pessoal, que é diferente da de qualquer outra pessoa? A lógica racional, o que raio é isso numa relação? O que julgamos saber da prática social? A intuição?! Afinal, também quem ajuda tem que perceber que, finda a conversa, uma pessoa sai dali como se nada fosse e a outra, sabe-se lá como.
Por isso a Leopoldina, que estava a tentar ajudar, na realidade não estava a ajudar. Estava, isso sim, a apertar o ciclo.
Enfim, julgo que o melhor que podemos fazer é ouvir e deixar algumas questões que possam fazer o outro pensar e olhar por uma outra perspectiva, para que seja a Gertrudes a encontrar a sua saída, que será sua porque foi encontrada por ela e, por isso mesmo, terá melhores probabilidades de resultar.
E se for preciso voltar à carga pois muito bem, voltemos a ela, que isto de chamar viciosos aos ciclos tem a sua razão de ser.
Ah! Já agora, na mesa do fundo por favor, que é para eu conseguir acabar de ler o Memorial do Convento!
Às vezes precisam de ajuda.
Quem ouve tem uma de duas atitudes:
- ouve, aceita e faz questões sem opinar
- ouve, rebate, diz que não é assim, não será antes assado...
Comecei a escrever pensando ser a segunda opção a "melhor": se o problema é o ciclo vicioso vamos sair dele, vamos encontrar a área mais frágil do ciclo e quebrá-lo. Acabei a pensar que a "melhor" será a primeira opção. Que direito temos nós de presumir perceber o que vai na cabeça de outrém? E ainda por cima, opinar sobre isso? E assumir que os factos que nos estão a ser passados são os factos "de facto" ou estão já filtrados pelas emoções, por desejos e por receios?
Curiosamente, na vida real, que eu tenho uma pequena tendência para racionalizar, acabo sempre por começar na primeira opção e, sem dar por isso, acabar na segunda.
Agora, cuidado!
Que não seja a vontade de ajudar tanta, que se acabe por piorar a situação porque nem tudo é o que parece. Além do mais, estou convencido que a decisão tem que ser desenvolvida internamente ou não será aplicada. Pode orientar-se alguém num determinado sentido mas a conclusão não pode ser dada. Tem que ser construída pela própria pessoa. Só assim existirá um compromisso que ligará o problema à solução.
Isto a propósito de quê, perguntará quem lê. A propósito de duas conversas a que assisti numa esplanada (sim há pessoas que vão para esplanadas falar de problemas pessoais), com diferentes intervenientes, sobre um problema comum: a separação; num caso consumada, noutro uma opção para uma relação ou melhor, para o seu fim, que o fim é sempre uma opção de qualquer relação.
Chamemos Gertrudes à pessoa com problemas e Leopoldina a quem procurava ajudar. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência e, a acontecer, é uma coincidência monumental esta, a de juntar numa mesma mesa, duas mulheres com nomes tão incomuns.
Em ambos os casos a decisão era "evidente" para quem estava no papel de ouvinte (mas pouco), a Leopoldina portanto, e, por isso, avançava qual buldozzer racional a desbravar mato tenrinho e rasteiro: "deves fazer isto", "se fosse eu, fazia logo aquilo"; e era ver a miséria aumentar na cara da Gertrudes.
Lá deixei de ler Saramago e fiquei a ouvir o resto da conversa, logo ali percebendo que a solução que lhe estava a ser oferecida não era a solução que ela precisava. A Gertrudes não precisava que a ajudassem a escolher entre uma solução que não queria e uma solução que não era possível. Precisava que a ajudassem a definir (que não a escolher) uma terceira solução (quem sabe, pode ser uma solução marginalmente diferente das anteriores) e que lhe instilasse alguma confiança de que existe essa outra solução para ser descoberta.
O que me perturbou em ambas as cenas foi a voracidade com que alguém julga em causa alheia. Que fundamentos justificam que uma solução seja melhor que outra para que a aconselhemos? A nossa experiência pessoal, que é diferente da de qualquer outra pessoa? A lógica racional, o que raio é isso numa relação? O que julgamos saber da prática social? A intuição?! Afinal, também quem ajuda tem que perceber que, finda a conversa, uma pessoa sai dali como se nada fosse e a outra, sabe-se lá como.
Por isso a Leopoldina, que estava a tentar ajudar, na realidade não estava a ajudar. Estava, isso sim, a apertar o ciclo.
Enfim, julgo que o melhor que podemos fazer é ouvir e deixar algumas questões que possam fazer o outro pensar e olhar por uma outra perspectiva, para que seja a Gertrudes a encontrar a sua saída, que será sua porque foi encontrada por ela e, por isso mesmo, terá melhores probabilidades de resultar.
E se for preciso voltar à carga pois muito bem, voltemos a ela, que isto de chamar viciosos aos ciclos tem a sua razão de ser.
Ah! Já agora, na mesa do fundo por favor, que é para eu conseguir acabar de ler o Memorial do Convento!
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Inacreditável...
Nova Lei aprovada pelo executivo de Karzai (apoiado pelo ocidente) autoriza os maridos a deixar as mulheres morrer à fome caso elas não os satisfaçam sexualmente.
As mulheres não concordam; os homens acham muito bem, porque a Lei é construída por "respeitáveis" membros do Clero.
Será que isto é uma evolução em relação ao apedrejamento?
As mulheres não concordam; os homens acham muito bem, porque a Lei é construída por "respeitáveis" membros do Clero.
Será que isto é uma evolução em relação ao apedrejamento?
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Porque a política mete nojo
Por causa disto:
»» a economia portuguesa, tal como a europeia crescem por causa da crise e não por causa das políticas do Governo.
»» a taxa de desemprego cresce para 9,1%, isso sim, por causa das políticas do governo.
...e por causa disto:
»» o desemprego alcança a taxa mais elevada por causa da crise mas continua a decrescer cada vez mais depressa e não atingirá os dois dígitos.
»» A crise acabou
Embora a minha simpatia, neste caso, esteja do lado dos argumentos do Governo, ainda assim, irrita-me que a atitude do Governo seja sempre a da desresponsabilização e que as medidas sejam sempre tomadas de acordo com os ciclos políticos.
Mais me irrita que a oposição faça exactamente o mesmo (de forma invertida, naturalmente) só que utilizando argumentos idiotas e até contraditórios à primeira vista. Não se pode dizer que tudo o que é mau é culpa do Governo nem que tudo o que é bom é de responsabilidade de todos menos do Governo. É assim que se perde a pouca credibilidade que se tem. Pelo menos junto aos olhos de pessoas minimamente informadas.
Quantas destas teremos no país? espero que as suficientes...
»» a economia portuguesa, tal como a europeia crescem por causa da crise e não por causa das políticas do Governo.
»» a taxa de desemprego cresce para 9,1%, isso sim, por causa das políticas do governo.
...e por causa disto:
»» o desemprego alcança a taxa mais elevada por causa da crise mas continua a decrescer cada vez mais depressa e não atingirá os dois dígitos.
»» A crise acabou
Embora a minha simpatia, neste caso, esteja do lado dos argumentos do Governo, ainda assim, irrita-me que a atitude do Governo seja sempre a da desresponsabilização e que as medidas sejam sempre tomadas de acordo com os ciclos políticos.
Mais me irrita que a oposição faça exactamente o mesmo (de forma invertida, naturalmente) só que utilizando argumentos idiotas e até contraditórios à primeira vista. Não se pode dizer que tudo o que é mau é culpa do Governo nem que tudo o que é bom é de responsabilidade de todos menos do Governo. É assim que se perde a pouca credibilidade que se tem. Pelo menos junto aos olhos de pessoas minimamente informadas.
Quantas destas teremos no país? espero que as suficientes...
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Taylorismo na Comporta... ainda por cima mal implementado
Ele há coisas que se encontram nos sítios mais inesperados. Como por exemplo, encontrar o taylorismo num restaurante na praia da comporta, quando se julgava apenas existir em unidades industriais.
Tudo começou ao entrar no restaurante. Logo aí, apesar de existirem cerca de 5 empregados a cirandar, sem fazer realmente nada, ninguém nos indicava uma mesa. Só quando finalmente perguntámos a um dos indivíduos onde nos podíamos sentar é que obtivémos uma resposta... ou algo do género porque não saiu palavra daquela boca, apenas um aceno com o pescoço que levou a cabeça agarrada e com a mão, como que indicando qualquer um dos disponíveis. Enfim, mais tarde verificámos que era ucraniano ou romeno, vá lá, da Europa de Leste.
Bom, não foi aqui que identificámos o regime taylorista mas esta desorganização inicial deveu-se, seguramente, a uma falha na identificação desta tarefa ou à ausência do seu responsável.
Adiante...
Sentámo-nos e eis que chega alguém a oferecer couverts, Não muito obrigado mas queremos duas caipirinhas, Ah, isso não é comigo, têm que falar com o responsável das bebidas, Ai sim? Muito bem, queremos também uma entrada mas não esses couverts, Ah isso é com outra pessoa, aguardem um momento.
Aguardámos. Vários momentos. E como eu gosto de esperar...
Entretanto um outro empregado lá foi montar o guarda-sol...
Continuámos a aguardar...
Até que chamámos o tipo que nos tinha indicado a mesa, ao que ele respondeu que não podia, que era outra pessoa que fazia os pedidos das bebidas.
E FINALMENTE lá chegou o tipo das bebidas que registou o pedido, avisou que o couvert tinha que ser pedido a outra pessoa, que não era com ele. Lá vem a senhora do couvert outra vez a perguntar se sempre queríamos couvert, ao que respondemos que queríamos apenas pão e chouriço para a entrada e não os queijinhos que nos mostrara antes, ao que replicou, Ah mas isso já não é comigo eu só apresento o couvert, há-de vir aqui alguém registar o pedido porque, sabe, cada um aqui tem as suas tarefas, Ah, estou a ver, disse eu e pode chamá-lo?, Sim senhor, E lá veio o rapaz que tinha aberto o guarda-sol registar o pedido e, esperamos nós, trazer as bebidas, porque essas já tardam. Agora parece estar resolvido!
Aparece o chouriço, entregue pelo indivíduo cujas tarefas são levar as pessoas à mesa, montar guarda à porta e, pelos vistos, entregar chouriço que o resto dos pratos ainda não sabemos. Já o pão, esse, não veio com o chouriço, estranhamente dado serem de tão boa companhia e não poucas vezes viajarem amalgamados. Se não veio porque não havia regra definida para trazer pão sem couvert ou para trazer pão com chouriço, ou se foi má vontade da senhora dos queijos por termos repudiado o seu lacto produto ou se foi o mais vulgar esquecimento não o soubemos...mais à frente veremos que viríamos a pagar dois cestos de pão embora apenas um tenha conseguido chegar imaculado à nossa mesa. Muitos e tortuosos são os caminhos do pão!
Lá vieram as caipirinhas, entregues pelo responsável pelo seu registo, estranho que o responsável por trazer o chouriço à mesa já o não seja para as bebidas mas avancemos que se faz tarde e o chouriço tem que ir a banhos. Aproveitamos para perguntar pelo pão, Sabemos que não é tarefa sua mas os seus colegas devem ter-se esquecido, e lá chegou o pão entregue não pelo rapaz das bebidas, aguadeiro seria um século antes, nem sequer pela menina das entradas de queijo mas, agora sim, pelo moço que indica a mesa, guarda a porta, entrega o chouriço... e o pão.
Sigamos em frente, para já parece que tudo está como Deus manda e o cliente exige, que Deus não poderia ser tão exigente ou não teria criado a raça humana e eis que vem o prato principal, que fique registado que era tamboril de arroz quando o costume indica o contrário, mais uma vez entregue pelo moço da entrega do chouriço, parece afinal que ele ganha aos outros na quantidade de tarefas, será isso bom ou mau não o sabemos. Já o picante é trazido pelo rapaz que regista os pedidos de comeres que não de beberes... UFFFF, é complicado para nós, clientes, manter o registo de quem é quem. O BRG acaba por sugerir que cada um deveria trazer uma indicação sobre qual a especialidade que dominavam mas não a fez a quem mais lucraria com ela e perdeu-se nos vapores que emanavam do tacho de tamboril.
Entre garfadas e vira-copos lá se foi pedindo mais uma imperial, desta feita pedida nem sei a quem mas trazida pelo rapaz que abriu o guarda-sol, que terá sido feito do aguadeiro, talvez preso nos lavabos que o stress de tão complicada divisão e cruzamento de tarefas dá as voltas ao estômago a qualquer alma. Já a sobremesa e os cafés foram pedidos a e entregue por esse mesmo rapaz, um claro rasgão na rigidez das tarefas definidas por algum proprietário reformador com tiques de classicismo, mas no vórtice de tanta confusão, tal terá passado despercebido a todos, até ao próprio empregado.
Assim se passou o resto da refeição, observando a confusão reinante em que uma dezena de empregados se cruzava, atrapalhava e confundia os clientes.
Bem saciados de comer, de beber e de rir, que rir também faz trabalhar o estômago, eis senão que vemos tudo começar de novo na mesa ao lado, verdinhos e acabadinhos de chegar, O que é este Arroz de peixe?, Ah, têm que perguntar ao meu colega que faz o registo do pedido, eu só trato das bebidas - diz o aguadeiro, e nós não aguentámos e rimos que nem uns perdidos, acompanhados por alguns sorrisos da moça dos queijos, encostada à porta, que o anterior porteiro desaparecera, que a ela já havíamos perguntado pela maneira como estavam organizados para que endereçássemos os nossos pedidos às pessoas adequadas, ao que ela respondeu, Eu só trato de levar as entradas às mesas, as bebidas são com outra pessoa e os pedidos com outra ainda, E mais não soubemos porque nem ela sabia, nem nós o queríamos saber realmente, haveríamos de chamar o que estivesse mais perto.
E por fim chegou a Patrícia Bull e com ela, em pano de fundo, um grupo de golfinhos saudando os banhistas com a barbatana de fora culminando uma refeição diferente...
Ah e não me lembro quem trouxe a conta mas foi a paga a uma outra empregada, concerteza responsável pelos pagamentos das mesas com número primo (apenas divisíveis por 1 e pelo próprio).
Charlie Chaplin ficaria deliciado!
Desculpem qualquer coisinha pela escrita mas ando a ler Saramago e tal acto destrambelhou-me toda a pontuação.
Tudo começou ao entrar no restaurante. Logo aí, apesar de existirem cerca de 5 empregados a cirandar, sem fazer realmente nada, ninguém nos indicava uma mesa. Só quando finalmente perguntámos a um dos indivíduos onde nos podíamos sentar é que obtivémos uma resposta... ou algo do género porque não saiu palavra daquela boca, apenas um aceno com o pescoço que levou a cabeça agarrada e com a mão, como que indicando qualquer um dos disponíveis. Enfim, mais tarde verificámos que era ucraniano ou romeno, vá lá, da Europa de Leste.
Bom, não foi aqui que identificámos o regime taylorista mas esta desorganização inicial deveu-se, seguramente, a uma falha na identificação desta tarefa ou à ausência do seu responsável.
Adiante...
Sentámo-nos e eis que chega alguém a oferecer couverts, Não muito obrigado mas queremos duas caipirinhas, Ah, isso não é comigo, têm que falar com o responsável das bebidas, Ai sim? Muito bem, queremos também uma entrada mas não esses couverts, Ah isso é com outra pessoa, aguardem um momento.
Aguardámos. Vários momentos. E como eu gosto de esperar...
Entretanto um outro empregado lá foi montar o guarda-sol...
Continuámos a aguardar...
Até que chamámos o tipo que nos tinha indicado a mesa, ao que ele respondeu que não podia, que era outra pessoa que fazia os pedidos das bebidas.
E FINALMENTE lá chegou o tipo das bebidas que registou o pedido, avisou que o couvert tinha que ser pedido a outra pessoa, que não era com ele. Lá vem a senhora do couvert outra vez a perguntar se sempre queríamos couvert, ao que respondemos que queríamos apenas pão e chouriço para a entrada e não os queijinhos que nos mostrara antes, ao que replicou, Ah mas isso já não é comigo eu só apresento o couvert, há-de vir aqui alguém registar o pedido porque, sabe, cada um aqui tem as suas tarefas, Ah, estou a ver, disse eu e pode chamá-lo?, Sim senhor, E lá veio o rapaz que tinha aberto o guarda-sol registar o pedido e, esperamos nós, trazer as bebidas, porque essas já tardam. Agora parece estar resolvido!
Aparece o chouriço, entregue pelo indivíduo cujas tarefas são levar as pessoas à mesa, montar guarda à porta e, pelos vistos, entregar chouriço que o resto dos pratos ainda não sabemos. Já o pão, esse, não veio com o chouriço, estranhamente dado serem de tão boa companhia e não poucas vezes viajarem amalgamados. Se não veio porque não havia regra definida para trazer pão sem couvert ou para trazer pão com chouriço, ou se foi má vontade da senhora dos queijos por termos repudiado o seu lacto produto ou se foi o mais vulgar esquecimento não o soubemos...mais à frente veremos que viríamos a pagar dois cestos de pão embora apenas um tenha conseguido chegar imaculado à nossa mesa. Muitos e tortuosos são os caminhos do pão!
Lá vieram as caipirinhas, entregues pelo responsável pelo seu registo, estranho que o responsável por trazer o chouriço à mesa já o não seja para as bebidas mas avancemos que se faz tarde e o chouriço tem que ir a banhos. Aproveitamos para perguntar pelo pão, Sabemos que não é tarefa sua mas os seus colegas devem ter-se esquecido, e lá chegou o pão entregue não pelo rapaz das bebidas, aguadeiro seria um século antes, nem sequer pela menina das entradas de queijo mas, agora sim, pelo moço que indica a mesa, guarda a porta, entrega o chouriço... e o pão.
Sigamos em frente, para já parece que tudo está como Deus manda e o cliente exige, que Deus não poderia ser tão exigente ou não teria criado a raça humana e eis que vem o prato principal, que fique registado que era tamboril de arroz quando o costume indica o contrário, mais uma vez entregue pelo moço da entrega do chouriço, parece afinal que ele ganha aos outros na quantidade de tarefas, será isso bom ou mau não o sabemos. Já o picante é trazido pelo rapaz que regista os pedidos de comeres que não de beberes... UFFFF, é complicado para nós, clientes, manter o registo de quem é quem. O BRG acaba por sugerir que cada um deveria trazer uma indicação sobre qual a especialidade que dominavam mas não a fez a quem mais lucraria com ela e perdeu-se nos vapores que emanavam do tacho de tamboril.
Entre garfadas e vira-copos lá se foi pedindo mais uma imperial, desta feita pedida nem sei a quem mas trazida pelo rapaz que abriu o guarda-sol, que terá sido feito do aguadeiro, talvez preso nos lavabos que o stress de tão complicada divisão e cruzamento de tarefas dá as voltas ao estômago a qualquer alma. Já a sobremesa e os cafés foram pedidos a e entregue por esse mesmo rapaz, um claro rasgão na rigidez das tarefas definidas por algum proprietário reformador com tiques de classicismo, mas no vórtice de tanta confusão, tal terá passado despercebido a todos, até ao próprio empregado.
Assim se passou o resto da refeição, observando a confusão reinante em que uma dezena de empregados se cruzava, atrapalhava e confundia os clientes.
Bem saciados de comer, de beber e de rir, que rir também faz trabalhar o estômago, eis senão que vemos tudo começar de novo na mesa ao lado, verdinhos e acabadinhos de chegar, O que é este Arroz de peixe?, Ah, têm que perguntar ao meu colega que faz o registo do pedido, eu só trato das bebidas - diz o aguadeiro, e nós não aguentámos e rimos que nem uns perdidos, acompanhados por alguns sorrisos da moça dos queijos, encostada à porta, que o anterior porteiro desaparecera, que a ela já havíamos perguntado pela maneira como estavam organizados para que endereçássemos os nossos pedidos às pessoas adequadas, ao que ela respondeu, Eu só trato de levar as entradas às mesas, as bebidas são com outra pessoa e os pedidos com outra ainda, E mais não soubemos porque nem ela sabia, nem nós o queríamos saber realmente, haveríamos de chamar o que estivesse mais perto.
E por fim chegou a Patrícia Bull e com ela, em pano de fundo, um grupo de golfinhos saudando os banhistas com a barbatana de fora culminando uma refeição diferente...
Ah e não me lembro quem trouxe a conta mas foi a paga a uma outra empregada, concerteza responsável pelos pagamentos das mesas com número primo (apenas divisíveis por 1 e pelo próprio).
Charlie Chaplin ficaria deliciado!
Desculpem qualquer coisinha pela escrita mas ando a ler Saramago e tal acto destrambelhou-me toda a pontuação.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
E a vaca o quê?
Não comento futebóis aqui, salvo a espaçada e fortuita boca não relacionada com o jogo em si mas, desta vez, não consigo resistir.
Quanto mais não seja porque agora ganhei uma especial sensibilidade para coisas relacionadas com crianças e creches...
Este cartoon saiu na bola de 6/Ago/2009 e não me lembro do seu autor.
imaginem um miúdo a olhar para o quadro onde todas as criancinhas colocaram um desenho com um animal e com a sua principal característica...
É hilariante :)
PS: Para os mais desligados do mundo da bola, o Sporting marcou um golito no último segundo de jogo, passando assim à próxima fase da antiga Taça Uefa, depois de fazer um jogo deprimente. Ah, e o co-autor do golo foi o guarda-redes que aos 95 minutos de jogo subiu à área contrária!!
Quanto mais não seja porque agora ganhei uma especial sensibilidade para coisas relacionadas com crianças e creches...
Este cartoon saiu na bola de 6/Ago/2009 e não me lembro do seu autor.
imaginem um miúdo a olhar para o quadro onde todas as criancinhas colocaram um desenho com um animal e com a sua principal característica...
É hilariante :)
PS: Para os mais desligados do mundo da bola, o Sporting marcou um golito no último segundo de jogo, passando assim à próxima fase da antiga Taça Uefa, depois de fazer um jogo deprimente. Ah, e o co-autor do golo foi o guarda-redes que aos 95 minutos de jogo subiu à área contrária!!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Runnin' on'ice
I once asked someone "Why do you run?"
I don't remember the answer at all, just that it didn't convince me. "Lunatics" I'd say...
But running is getting in the bloodstream of urban folks. They gather like flocks in several different places just for the brief exchange of effort, sweat and liberating pain. I should know... I have become one with the flock.
Oh yeah, I still don't really understand why I have began to run and my legs are in agreement because right now, 7 kms in less than 33 minutes after, man... I feel the pain!
But while running, wind carving my face, blood pumping vessels exchanging anything for fuel, fast music raging in my ears... or just the spraying sound of the sea against the rocky shore, there is this steadfast rythm pushing you forward, step by step, obstacle after obstacle, the defined goal or just that last effort to overcome a random runner in your eye sight, an undeniable and powerfull motivator.
We run with others but we run from ourselves so that we can find ourselves in the end. Does this make sense?
I thought not...
Anyway,
When someone asks me "why do you run?"
Now I answer - "How can you stand still?"
I don't remember the answer at all, just that it didn't convince me. "Lunatics" I'd say...
But running is getting in the bloodstream of urban folks. They gather like flocks in several different places just for the brief exchange of effort, sweat and liberating pain. I should know... I have become one with the flock.
Oh yeah, I still don't really understand why I have began to run and my legs are in agreement because right now, 7 kms in less than 33 minutes after, man... I feel the pain!
But while running, wind carving my face, blood pumping vessels exchanging anything for fuel, fast music raging in my ears... or just the spraying sound of the sea against the rocky shore, there is this steadfast rythm pushing you forward, step by step, obstacle after obstacle, the defined goal or just that last effort to overcome a random runner in your eye sight, an undeniable and powerfull motivator.
We run with others but we run from ourselves so that we can find ourselves in the end. Does this make sense?
I thought not...
Anyway,
When someone asks me "why do you run?"
Now I answer - "How can you stand still?"
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