Um estudo efectuado nos Estados Unidos, em especial na indústria informática, a propósito do aumento sustentado do turnover (saída voluntária) que se verificou nos últimos anos, chegou à conclusão que a principal razão para tal facto se encontrava na desconfiança existente entre o management e os empregados.
Gostava de conhecer os resultados de um estudo semelhante efectuado em Portugal...
segunda-feira, 30 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
Home sweet home
A paz ensurdecedora do topo do mundo é a experiência mais purificadora que conheço. Antes de subir ao topo convém fazer backup da memória porque é certo que após algum tempo esquecemo-nos que o mundo existe. E se a ignorância que resulta do esquecimento não nos purificar, não sei o que o poderá fazer.
O bem e o mal não têm significado aqui. Dorme. Fecha os olhos e flutua na névoa eterna dos sonhos que não existem senão aqui; dos sonhos em que o desejo se extingue na imensidão deste mundo imaginário, porque impenetrável à vista. Poderás desejar o que não vês? Claro que sim, mas desejar o quê e com que intensidade, se não podemos medir a distância que separa a imaginação da realidade?
Desencontros
sexta-feira, 13 de março de 2009
A Máscara - parte II
Porque é que as pessoas escrevem em blogs aquilo que não ousam dizer noutro contexto?
Acarinho a ideia de que os blogs tenham nascido como um “upgrade” tecnológico dos diários de papel, usados essencialmente por adolescentes do sexo feminino. Se não foi assim, penso que, pelo menos, se tenham disseminado pela mesma razão: a possibilidade de alguém se abrir ao exterior sem comprometer o seu 'eu' social, sem passar pelo crivo da censura, da frieza, da indiferença, da chacota e da estupidez dos outros que provavelmente resultaria de uma abertura real do nosso íntimo. Porque revela fraquezas, vulnerabilidades, que são exploradas pelos outros, ou assim o pensamos, de um modo que nos rebaixarão ou vexarão. Desta forma, é muito mais confortável abrirmo-nos ao mundo encobertos pela capa do anonimato, resguardados na segurança de um "nickname" que tanto nos pode descrever, como descrever um alter-ego ou alguém que nós gostaríamos de ser, com a vantagem adicional de termos a fantasia de que alguém está a ler o que escrevemos, o entende e se solidariza connosco. Alguém para além de nós. É esse o “upgrade” do diário de papel. Passamos do “one-on-one” fictício para um “one-to-many”.
Contudo, o anonimato de um blog é uma ilusão a partir do momento em que o divulgamos a um amigo. Esse é o momento em que passamos a pertencer ao universo global e deixamos para trás o nosso microcosmos. É o momento em que um post pessoal deixou de ser privado porque mais alguém tem acesso a ele. Alguém que nos conhece. Alguém que nos conhece e que conhece outras pessoas, que conhecem outras pessoas e, em poucas interacções, chegamos a alguém que conhece o Dalai Lama, o Barak Obama ou o Alberto João Jardim e podemos até interagir com eles. Os blogs deixaram de ser diários românticos onde alguém se expressa para uma proto-imagem de si próprio, alguém que nos compreende, para passarem a ser redes de contacto, redes de comunicação tentaculares que nos levam de um lado ao outro do planeta num infinitésimo de segundo, canais virtuais que levam o nosso ideário junto de outros onde pode ou não ser confrontado pelos outros, cada um interpretando-o à sua própria luz, produzindo reacções tão distintas quanto distintas forem as culturas, as vivências, as ideologias...
Quando se escreve num blog e se torna esse blog público está-se deliberadamente a aceitar que o mesmo seja sujeito ao escrutínio dos restantes. Diria mesmo que esse é o desejo impulsionador para a criação do blog. Mas ninguém nos garante que as respostas, a existir, serão tão cândidas quanto as do nosso 'eu' do diário de papel.
E isto pode acontecer no anonimato total do autor ou num anonimato parcial, sendo que será quase inevitável que aconteça no segundo caso. Principalmente, quando todos, por norma, flutuam debaixo do mesmo véu de obscuridade, agigantando-se de coragem por serem absolutamente invisíveis (É o mesmo fenómeno do condutor português ainda que com contornos menos obnóxios).
Por isso acho curioso que se verifiquem algumas coisas como:
- alguém ficar melindrado por causa de uma resposta a um post (que não seja ofensiva ou de educação duvidosa)
- alguém existir na blogosfera e ficar chocada com a interacção
- alguém criar um blog, divulgá-lo e depois ter medo de escrever nele para que ninguém a quem o divulgou perceba a que se refere.
- alguém escrever um post e não perceber que pode provocar uma reacção inesperada ou uma interpretação distinta.
Esta é a minha forma de ver este mundo. Não creio que esteja errada, mas já me enganei antes.
Deparei-me entretanto com outras formas, com outras existências, com outras máscaras que vêm o mesmo mundo de outra forma. Tanto ficam geladas comigo, como entram em ebulição.
De um modo ou de outro, para mim é sempre causa de degelo.
Acarinho a ideia de que os blogs tenham nascido como um “upgrade” tecnológico dos diários de papel, usados essencialmente por adolescentes do sexo feminino. Se não foi assim, penso que, pelo menos, se tenham disseminado pela mesma razão: a possibilidade de alguém se abrir ao exterior sem comprometer o seu 'eu' social, sem passar pelo crivo da censura, da frieza, da indiferença, da chacota e da estupidez dos outros que provavelmente resultaria de uma abertura real do nosso íntimo. Porque revela fraquezas, vulnerabilidades, que são exploradas pelos outros, ou assim o pensamos, de um modo que nos rebaixarão ou vexarão. Desta forma, é muito mais confortável abrirmo-nos ao mundo encobertos pela capa do anonimato, resguardados na segurança de um "nickname" que tanto nos pode descrever, como descrever um alter-ego ou alguém que nós gostaríamos de ser, com a vantagem adicional de termos a fantasia de que alguém está a ler o que escrevemos, o entende e se solidariza connosco. Alguém para além de nós. É esse o “upgrade” do diário de papel. Passamos do “one-on-one” fictício para um “one-to-many”.
Contudo, o anonimato de um blog é uma ilusão a partir do momento em que o divulgamos a um amigo. Esse é o momento em que passamos a pertencer ao universo global e deixamos para trás o nosso microcosmos. É o momento em que um post pessoal deixou de ser privado porque mais alguém tem acesso a ele. Alguém que nos conhece. Alguém que nos conhece e que conhece outras pessoas, que conhecem outras pessoas e, em poucas interacções, chegamos a alguém que conhece o Dalai Lama, o Barak Obama ou o Alberto João Jardim e podemos até interagir com eles. Os blogs deixaram de ser diários românticos onde alguém se expressa para uma proto-imagem de si próprio, alguém que nos compreende, para passarem a ser redes de contacto, redes de comunicação tentaculares que nos levam de um lado ao outro do planeta num infinitésimo de segundo, canais virtuais que levam o nosso ideário junto de outros onde pode ou não ser confrontado pelos outros, cada um interpretando-o à sua própria luz, produzindo reacções tão distintas quanto distintas forem as culturas, as vivências, as ideologias...
Quando se escreve num blog e se torna esse blog público está-se deliberadamente a aceitar que o mesmo seja sujeito ao escrutínio dos restantes. Diria mesmo que esse é o desejo impulsionador para a criação do blog. Mas ninguém nos garante que as respostas, a existir, serão tão cândidas quanto as do nosso 'eu' do diário de papel.
E isto pode acontecer no anonimato total do autor ou num anonimato parcial, sendo que será quase inevitável que aconteça no segundo caso. Principalmente, quando todos, por norma, flutuam debaixo do mesmo véu de obscuridade, agigantando-se de coragem por serem absolutamente invisíveis (É o mesmo fenómeno do condutor português ainda que com contornos menos obnóxios).
Por isso acho curioso que se verifiquem algumas coisas como:
- alguém ficar melindrado por causa de uma resposta a um post (que não seja ofensiva ou de educação duvidosa)
- alguém existir na blogosfera e ficar chocada com a interacção
- alguém criar um blog, divulgá-lo e depois ter medo de escrever nele para que ninguém a quem o divulgou perceba a que se refere.
- alguém escrever um post e não perceber que pode provocar uma reacção inesperada ou uma interpretação distinta.
Esta é a minha forma de ver este mundo. Não creio que esteja errada, mas já me enganei antes.
Deparei-me entretanto com outras formas, com outras existências, com outras máscaras que vêm o mesmo mundo de outra forma. Tanto ficam geladas comigo, como entram em ebulição.
De um modo ou de outro, para mim é sempre causa de degelo.
sábado, 7 de março de 2009
Escutismo
Ontem escutei. Comecei por escutar zurzidos incompreensíveis. Depois os zurzidos ganharam corpo e tornaram-se consequentes. Mais tarde deixaram de ser zurzidos e passaram a ser queixumes, opiniões, perguntas e respostas, diálogos sérios e tontos. Já de madrugada fiz o resumo do dia com a leveza de uma conversa chill out e acabei a sonhar com gatos.
às vezes sabe mesmo bem procrastinar com a doçura de uma(s) boa(s) conversa(s) até às tantas, ainda para mais com pessoas inteligentes...
às vezes sabe mesmo bem procrastinar com a doçura de uma(s) boa(s) conversa(s) até às tantas, ainda para mais com pessoas inteligentes...
quinta-feira, 5 de março de 2009
O custo do pão
O pão é O alimento base dos portugueses. Daqueles que acompanham caviar com pão, dos que acompanham enchidos com pão, daqueles que barram nele a manteiga ou daqueles que acompanham pão com pão porque não há dinheiro para mais. Por isso, sempre que falam em aumentar o preço do pão, estão a falar no aumento generalizado do custo de vida de todas as famílias, com maior incidência naquelas que têm muito pouco.
Isto a propósito de uma dose de pão que nos foi servida num restaurante que, por sinal, até é bastante agradável, com a excepção de ter que pagar 1,5 euros por isto:
altura: 2 cms; largura: 5 cms; comprimento: 10 cms
Só mesmo por "capricho" se pode considerar este preço justo...
Isto a propósito de uma dose de pão que nos foi servida num restaurante que, por sinal, até é bastante agradável, com a excepção de ter que pagar 1,5 euros por isto:
altura: 2 cms; largura: 5 cms; comprimento: 10 cms
Só mesmo por "capricho" se pode considerar este preço justo...
terça-feira, 3 de março de 2009
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