Portugal é um país
com cerca de dez milhões de patos. Talvez um pouco menos, dado o intenso fluxo
migratório que se tem verificado e que tem sido estimulado pelo líder do bando.
Ainda assim, o suficiente para afiar os dentes a qualquer proprietário de
restaurante chinês.
Escusam de fazer
esse esgar de desdém ou de montar o sorriso de escárnio. Estou a falar a sério.
Somos um país de patos e somos patos numa plenitude inigualável. Não é verdade
que somos desenrascados? Que conseguimos fazer um pouco de tudo e ultrapassar
obstáculos de formas impensáveis? Não é também verdade que nos julgamos piores
que os Alemães, os Ingleses, os Americanos e por aí fora? E o que é um pato,
senão um ser que voa, que anda e que nada, mas que faz tudo isso mal ou em
esforço?
Já a nossa classe
política é um ninho de patos bravos. Comecemos pelo topo, onde residem os maiores
especímenes. Temos um presidente da república, Cavaco Silva, que tem um dom de oratória equivalente
ao do Pato Donald. O facto de ter, aparentemente, lançado a asa sobre “oportunidades de negócio” no BPN, de
uma forma que nunca foi cabalmente esclarecida, não vem ao caso. Os três
sobrinhos, Dias Loureiro, José Oliveira e Costa e Duarte Lima mais parecem os
metralhas. Já o ministro das finanças, Vitor Gaspar, pede meças ao Tio Patinhas
e fica com tudo para ele. Bom, para ele não ficará, que há-de haver sempre um
sortudo como o Gastão Catroga, que é nomeado para o Conselho de Administração
da EDP. O ministro Álvaro, pato de primeira, sempre vestido com um ar de quem
não sabe como foi ali parar e não
sabe o que fazer, está já bem atadinho para ser o primeiro a ser lacado e
consumido numa qualquer remodelação governamental. Já repararam bem no que ele
se parece com um pato? De cada vez que aparece em frente às câmaras de televisão
fá-lo como se deslizasse suavemente em cima da água mas, por debaixo de água,
pateia freneticamente para se manter à tona. E este é apenas o resultado de uma
longa linhagem destes animais! Recordam-se certamente do pato que não sabia
grasnar em inglês técnico mas foi para Paris estudar filosofia!
Para cúmulo dos
cúmulos, aparece-nos agora um pato bravo dos grandes, um tal de António Borges,
responsável pelas privatizações do Estado português, repescado pelo Governo
depois de ter sido despedido do FMI por incompetência, a receber 125 mil euros
livre de impostos e a clamar pela redução de salários dos outros patos todos. E
de nada vale dizer que foi mal interpretado. Somos patos, não somos surdos.
1 comentário:
Quack!!
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