O tempo conta-se pelas rugas
desfiladeiros secos p'la erosão desfiados.
Abismos os olhos, abismados
postigos profundos, contemplados
e submersos, rios de lágrimas efundos.
Os cantos da boca recurvados
arredondam o tempo ao mundo.
Contam mudos o tempo,
sem paladar, minutos que passam
entre os que conseguem contar.
Palmas trémulas abertas em leque.
Suspensas num futuro anunciado
por linhas cada vez mais curtas
do fantoche que fomos,
do pouco que nos resta.
Passam-se os dias ao ritmo dos ais,
Que a idade é oca
e a memória é saudade
gravada nas rugas.
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