Não há duas
Sempre o mar
ao voltar a terra.
Sempre o mar
que volta comigo
nas suas voltas
e despeja-me como um despojo.
Não me quer
nem me larga
volta comigo sempre
o mar.
Viro-lhe costas
e despe-me de vida.
Mostro-lhe o peito
e faz de mim rocha
e faz de mim espuma,
alguém chorará o sal.
Se dele me esqueço
adopta-me para sempre.
Se finco pé em terra firme
Os meus olhos divagam.
Sem olhar procuram
das voltas
uma referência
um novo equilíbrio.
Sempre que volto
trago-o comigo
nos passos molhados.
Bate-me na porta,
enconcha-me os gonzos,
salga-me a fechadura,
planta-me algas no tapete
até que eu volte
às suas voltas
de sempre.
Sempre o mar
a chamar por mim.
2 comentários:
Mais um candidato às aulas de vela ;)
Gosto tanto...do poema!
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