domingo, 13 de março de 2011

ManINfestação

foto cortesia de Ana Clara

Este post vai ser um anti-clímax com toda a excitação que para aí vai com as manifestações e com a presença maciça de pessoas de todos os quadrantes e todas as idades, que acharam por bem demonstrar a sua indignação contra muitas coisas, numa amálgama que teve tanto de positiva como de inconsequente. Diria eu que o impacto positivo (será?) passou por forçar o PSD a antecipar os seus tempos políticos e afirmar-se finalmente com a dureza que os portugueses esperam, porque estão (estamos) fartos de Sócrates. E se é verdade que "better the devil you know" é uma expressão que encerra muita sabedoria, também não é menos verdade que as fraldas são para mudar quando têm recheio, mesmo sabendo nós que a próxima fralda seguirá o mesmo destino...

Por outro lado, se bem conheço os portugueses, assim que o governo caia e o orgasmo passe, voltamos ao mesmo "rame-rame" cheios de fé no futuro, fechando os olhos à velhice da "nova" classe política que vai dando os primeiros passos para continuar a delapidar-nos a esperança ao mesmo ritmo que enchem os seus bolsos, para já, vazios. E nós vamos deixá-los em paz durante anos até que, boquiabertos, demonstraremos a nossa estupefacção pelo número de anéis nos dedos dos nossos políticos, tantos quantos os nós na corda da forca que nos reservaram.

É esta falta de consequências que nos estagna e que nos mata. Quanto mais não seja por isso, esta manifestação e as que se seguirão não servirão realmente para nada. Os problemas irão manter-se, provavelmente irão agravar-se e, na verdade, este pretenso voluntarismo agitador morrerá como as últimas vagas de um tsunami... num absoluto silêncio.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Políticos - há que seguir o exemplo!


A senhora Ilda Figueiredo deve estar prestes a seguir as pisadas de Zita Seabra e filiar-se no PSD.

E para aqueles que dizem mal dos nossos políticos não deixa de ser curioso que o fenómeno não é exclusivo do nosso país!

Desconfio...


... que alguém quer que sejam outros a fazer o trabalho sujo por ele...


terça-feira, 8 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

Guincho às 5

Não há duas



sem três




Sempre o mar
ao voltar a terra.

Sempre o mar
que volta comigo
nas suas voltas
e despeja-me como um despojo.
Não me quer
nem me larga
volta comigo sempre
o mar.

Viro-lhe costas
e despe-me de vida.
Mostro-lhe o peito
e faz de mim rocha
e faz de mim espuma,
alguém chorará o sal.
Se dele me esqueço
adopta-me para sempre.

Se finco pé em terra firme
Os meus olhos divagam.
Sem olhar procuram
das voltas
uma referência
um novo equilíbrio.
Sempre que volto
trago-o comigo
nos passos molhados.
Bate-me na porta,
enconcha-me os gonzos,
salga-me a fechadura,
planta-me algas no tapete
até que eu volte
às suas voltas
de sempre.

Sempre o mar
a chamar por mim.

Is there anybody out there?