sábado, 27 de junho de 2009

Provérbio Chinês

"O homem que não sabe sorrir, não deve abrir um comércio."

Que pena os portugueses não saberem ler chinês...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Gelo em Madrid

Estou em Madrid a comer umas tapas e a beber umas cervejolas à espera de jantar, enquanto se vai discutindo o futuro da empresa...
Isto já parece o Twitter. :)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

BEM VINDO A REDUZA*




Quando nos deslocamos a grande velocidade os pormenores esbatem-se no nosso campo de visão. Os brancos tornam-se mais brancos e os pretos mais pretos.

Perdemos a capacidade de descobrir os cinzentos, os compromissos que se estabelecem entre opostos.

Passamos por cima deles como se não existissem ou ignoramo-los como devaneios probabilísticos.

A estatística elimina-os com a aplicação da distribuição normal, a História humilha-os porque saíram perdedores da guerra darwinística da sobrevivência, os comediantes ignoram-nos porque não têm graça e os matemáticos esconderam-nos por detrás dos limites.

Mas são as áreas cinzentas as de maior potencial. É aí que se processa o encontro de ideias, onde a matemática passa a ser sinergética, onde se desbasta o desconhecido e se desenha o futuro.

Por isso, a velocidade acaba por representar muitas vezes a zona de conforto; aquela que nos dá a segurança da mediocridade. Parece um contrasenso, por ser mais instintivo relacionarmos a velocidade com o progresso, mas de que nos serve ver a realidade pelo espelho retrovisor?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A fábula do Destino e da Sorte

A Sorte e o Destino andavam juntos a passear na floresta. Enquanto caminhavam iam discutindo as arbitragens do último campeonato de futebol, as novelas de cordel e a transferência milionária do Ronaldo para o Hilton. Eis que chegam a uma encruzilhada e têm que decidir por onde ir.

Diz a Sorte: para mim tanto me dá! Não conheço nenhum dos caminhos... vou tirar à sorte e deixar que ela me guie.

Diz o Destino: Essa agora! Tirar à sorte?! Nunca! Eu vou pela direita. Assim que aqui cheguei percebi que estava destinado a seguir por esse caminho e não vou escolher outro. Acontecerá o que tiver que acontecer.

Diz a Sorte: Mas como sabes que esse é o caminho correcto? Já alguma vez aí passaste?

Diz o Destino: Não. Nunca aqui estive sequer, mas não conhecendo nenhum deles, fiquei com a sensação que é por ali que devo ir.

Diz a Sorte: Bem, já eu - Caras é pela esquerda e Coroa pela direita. Atira uma moeda ao ar, rebola em arco e cai com a face Coroa virada para cima... Olha que sorte! Vou pelo caminho que te estava destinado!


Moral da história:
Quem se apoia sempre na sorte para as decisões da sua vida, acaba sempre por encontrar um destino traçado por outros. Quem acredita que tudo o que lhe acontece é o destino, acaba por entregar esse destino à sorte.

terça-feira, 16 de junho de 2009

To Do or Not to Do, that is the question

Sim blogosfera, tens razão. Essa não é a expressão que Shakespeare celebrizou, mas se ele vivesse em 2009 e trabalhasse numa multinacional ao invés de escrever peças literárias extraordinárias... talvez fosse.

As pessoas mais organizadas normalmente criam listas de tarefas, os "To Do's", que os orientam no seu percurso académico, profissional e até pessoal. Definem objectivos com vários prazos, atribuem-lhes ordem de importância e vão guiando as suas acções por esse escalonamento.

Pessoas menos organizadas, como é o caso do Gelo (o uso da 3ª pessoa numa referência a si próprio está na moda), a definição de uma lista precisa e sintética acaba por ser contra-producente porque a sistematização dum emaranhado de ideias, objectivos, ideais, preferências, gostos mais e menos acentuados, receios e riscos resulta num exercício dramático e iterativo, num modelo matemático significativamente complexo, que demora a chegar a uma solução óptima... que estaria ultrapassada no momento da sua descoberta... É difícil optar por uma alternativa quando as alternativas não são melhores nem piores, mas iguais... e são tantas que não cabem numa página A4.

Enfim, digo que esta é a melhor forma de desperdiçar aquilo que se chama de "potencial elevado" ou seja, a capacidade de atingir um nível de excelência numa área qualquer. Acredito que para atingir esse "potencial" é preciso um foco, é preciso definir um rumo ou ter a sorte de seguir um rumo que alguém (a senhora sorte ou o senhor destino? - isto vai merecer outro post...) traçou por nós. E só os verdadeiros génios, que se contam pelos dedos de uma mão de um soldado mutilado no Afeganistão conseguem atingi-la sem esse foco.

Bom, a minha personalidade não se dá bem com focos, fica encandeada, divaga e não se compadece com caminhos fáceis quando os há mais difíceis, mais desafiantes... mas a paixão dura pouco tempo e acaba por ser apenas mais uma ideia, uma actividade, um interesse, uma experiência, que quero juntar às outras.

Isto a propósito de uma afirmação de Jim Collins no seu livro Good to Great, onde defende que as organizações ou os seus estrategas deverão fazer a lista dos To Do's mas, mais importante ainda, a lista dos Not to Do's e é esta última a que vai definir as prioridades reais e eliminar as tentações. Ou como disse José Régio, Não sei por onde vou, Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!

Parece-me um bom princípio.
Por isso tomei a decisão de fazer uma lista de Not To Do's.

1- Não fazer lista de To Do's.
2-...

domingo, 14 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

O que fazer quando se atinge o limite?

Caminhei, caminhei, caminhei... continuei a caminhar até ao limite das minhas forças. Sempre que parava, era apenas p'lo tempo suficiente para recuperar algumas forças que me permitissem seguir em frente.

Não segui referências que não o horizonte. Nenhuma estrela me guiou, ninguém levantou o dedo a apontar o caminho. Não vi placas, ervas pisadas, pegadas de homem ou animal. Não vi mapas, não ouvi indicações. Apenas segui. Segui sempre em frente, num rumo imaginário e fixo que me levaria seguramente a um ponto em que não pudesse mais avançar, sabendo que retroceder não era uma opção.

Passei por estradas, trilhos, saltei vedações e muros, galguei dunas e escalei montanhas, nadei contra a corrente, arrastei-me por planícies de terra e pó e atravessei prados e ribeiros.

Atalhei sempre que pude. E quando a opção era contornar ainda assim atalhei, a eito, como uma flecha lançada no vácuo.

Cortei ventos, naveguei por chuva e deslizei por neve. Arrepiei caminho ao sol e fiz da sombra o meu descanso, enquanto caminhava.

Segui imparável até ao final da terra firme. Parei no final pré-pitagórico, no fim do mundo, no fim de tudo. As estrelas já não me olham apenas de cima mas também de frente e por baixo.

E agora?

Alguém tem coragem de espreitar?

Rasengan caseiro



Para quem gosta do Naruto :)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Hilariante :)

Cavaco Silva à TSF a propósito do investimento que fizera há uns anos no BPN:
"Julga que quando éramos professores (ele e a Manela) guardávamos o dinheiro debaixo do colchão? Ou num país estrangeiro?"


...breve pausa...
...voz um tudo ou nada aflita...

"E agora também não!"


lolol... ou lhe fugiu a boca para a verdade ou atrapalhou-se com a língua portuguesa, que é traiçoeira, todos o sabemos ;)

terça-feira, 2 de junho de 2009

O lado negro do jornalismo

O ladro negro do jornalismo revela-se no exagero, no ultrapassar do limite da notícia para o lado do espectáculo degradante.

Há dois níveis de "negrume": o mais baixo é o exagero propriamente dito, pela repetição massacrante dos mesmos factos mas com roupagem nova se bem que, por vezes, nem isso.

Tome-se como exemplo a presumível queda do avião da Air France ao largo da costa brasileira. Terão morrido mais de duas centenas de pessoas das mais diversas nacionalidades, curiosamente nenhum português o que, só por si, poderia justificar uma intervenção mais demorada, dado que a proximidade dos factos com o público provoca um maior interesse. Mas não.

É claro que a notícia é importante. É claro que merece o seu tempo de antena, especialmente por ter sido no Brasil, destino de férias de muitos portugueses mas também por dizer respeito à maior comunidade de emigrantes no nosso país.

Só que os noticiários portugueses, homogeneizados pelo padrão da TVI, para minha infelicidade, agarram no acontecimento e fazem dele um espectáculo circense que consome metade do noticiário. Chamam pilotos actuais e antigos, especialistas em aviação, metereologia, oceanografia, mergulho, novelas brasileiras, etc. (graças a deus não apareceu o Nuno Rogeiro nem o General do costume). Fiquei admirado por não chamaram também médiuns e a Maya; quem sabe, conseguiriam descobrir o paradeiro dos destroços primeiro que as autoridades. Juntam-lhe cartas atmosféricas, oceanográficas e imagens de satélite, tudo bem misturado por computadores e lcd's de alta tecnologia e temos uma notícia looooooooooooooonnnnnnnnnnggggggaaaaaa, contudo sem mais do que meia dúzia de factos. Especialmente, se tivermos em conta que a notícia se repete durante dias com a mesma duração extenuante porque se descobriu um facto novo como, por exemplo, um descendente luso-brasileiro que se safou de morte certa porque não apanhou o avião e agora passou a acreditar que existe uma "entidade superiora", ele que nem sequer era religioso! Fico contente que tenha encontrado um propósito na vida mas realmente, eu passava muito bem sem o saber.

Bom, depois há o nível mais elevado de "negrume". Este é o nível em que não apenas se exagera na notícia mas como se atropela toda a gente sem ter a noção dos seus direitos. E os jornalistas são exímios nisto. O "furo" e a glória que daí advém sobrepõe-se a tudo o resto, aos direitos e aos sentimentos das pessoas, à aflição e ao desespero. Justificam-se normalmente com a avidez de sangue patenteada pelo ser humano e pela necessidade de mostrarem as imagens que o seu público quer ver, sob pena de mudarem para um canal menos escrupuloso na definição de conteúdos. É uma falsa questão claro! Há quem goste de ver pedofilia, assassinatos, violência gratuita, corpos despedaçados. Eu pessoalmente gostaria de ver muitos políticos, empresários e alguns profissionais dos media (entre outros) serem vergastados em público até ficarem com as costas feitas em polpa de tomate. Garanto que este meu desejo se tornaria no programa mais visto em todo o mundo, caso fosse para o ar. E nem por isso tal serve de justificação para o fazermos, mesmo que pudéssemos. Em primeiro lugar está o direito da pessoa, pelo menos quando esse direito não ofender o direito dos restantes (esta é uma questão para um relambório interminável e, por isso, fica por aqui). Mas os jornalistas julgam-se acima de qualquer poder e de qualquer nível de decência, valor humano ou lei. E só por isso se justificam as imagens de dezenas de jornalistas a esmagar os familiares das vítimas para obter imagens e algumas palavras, o sangue e o desespero, espremidos até à última gota de quem já não tem gota de sangue no corpo. Onde está a notícia aqui? A única notícia que eu vi foi a perseguição. Pelo menos tenho que tirar o chapéu a um dos canais portugueses, já não sei se a Sic ou se a RTP1, que se dignaram a dar também essa notícia, juntamente com as imagens e com as palavras que, sofregamente, quiseram rapinar às vítimas da tragédia.

É nestas alturas que eu fico com pena que o presidente do Benfica não convoque uma conferência de imprensa extraordinária. Continuaria a ver uma não-notícia mas pelo menos sempre me ria um bocado...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Su,

espero que já estejas em franca recuperação da intervenção cirúrgica. Essa cana do nariz que não te permitia respirar como deve ser já deve estar a caminho de ser utilizada em rações animais, pelo menos parte dela, não?!
Tu sabes que eu resolvia isso com um martelo e com um penso rápido mas tu preferiste a anestesia geral. Enfim, nem o argumento da crise te demoveria, não é?

Espero que não haja "próxima vez" mas, se for necessário, sabes que podes contar comigo e com a aplicação da medicina... huuuummmm... chamemos-lhe tradicional.

:)


fecha os olhos e imagina um martelo...

Mesmo que não seja suína a gripe é mesmo uma porcaria...